Imóveis e mal parados - VINICIUS TORRES FREIRE
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Imóveis e mal parados - VINICIUS TORRES FREIRE


FOLHA DE SP - 18/05

Venda de casas leva tombo em SP, mas cheiro de queimado vem mesmo do mercado comercial


NO INÍCIO deste ano, a venda de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo caiu mais de 45%, comparado o primeiro trimestre de 2014 com o de 2013. Parece um colapso assustador, ainda mais para quem tinha em mente os tantos zum-zuns de bolha e já ouvia más notícias no mercado de imóveis comerciais.

O resultado evidentemente não é nada bom. No entanto, parece mais condizente com desmelhoras da economia, e não com crise aguda, se levados em conta indicadores como a relação entre venda e oferta nos últimos 12 meses, a própria redução da oferta no período e a base de comparação alta, o excepcional 2013 (para imóveis residenciais).

O crédito imobiliário para pessoas físicas ainda vai muito bem. A quantidade de dinheiro emprestada (estoque de crédito) cresceu quase 26%, em termos reais, de março de 2013 para março de 2014. Trata-se de um ritmo inferior aos frenéticos 40% de março de 2011, mas ainda assim exuberante. Em outros tipos de crédito, os bancos privados, em especial, jogam na retranca ou mesmo dentro do gol.

Embora o preço do aluguel residencial esteja subindo bem mais devagar, pelo menos nas estatísticas Fipe Zap (5,4% em 12 meses), o preço anunciado de venda ainda sobe quase 13%. Enfim, ainda não parece um mercado que derrete, apesar dos sinais que surgem de vários lados de que a economia amolece.

Mas é preciso dizer que há cheiro de queimado em partes do mercado imobiliário, no comercial em particular.

Note-se que os dados do setor não permitem análises muito incisivas, pois qualidade e abrangência das estatísticas são desanimadoras.

Segundo levantamentos da empresa Cushman & Wakefield, o valor pedido do aluguel de escritórios em zonas centrais de oito grandes cidades brasileiras caía 10% em março (ante março de 2013); em São Paulo, a baixa é de quase 14%. Os preços caem desde o fim do primeiro trimestre de 2013. A taxa de vacância (espaço sem alugar) cresce.

Construiu-se demais, projetos iniciados ainda nos anos de euforia ou mesmo em 2011 e 2012; aluga-se menos, pois as empresas engavetam projetos de expansão.

Há evidências anedóticas, "casos", de muito espaço vazio em lojas de shoppings construídos em demasia nas cidades médias, aquelas do "Brasil que dá certo", para as novas classes médias ávidas por rolês de consumo. Não rolou.

Preços de locação e mesmo de venda em queda obviamente não vão animar novos empreendimentos, se já não bastasse o desestímulo criado pelas incertezas da política econômica, pela alta da taxa de juros e dos tumultos financeiros internacionais, que deixaram cicatrizes.

O investidor de fundos imobiliários, por exemplo, tomou rasteiras várias desde 2013. A alta dos juros e a liquidação de ativos de emergentes (nós inclusive) de março de 2013 a fevereiro passado derrubaram esse mercado, que ainda apanha com o aumento da taxa de vacância dos empreendimentos. Não se trata de notícias que estimulem poupadores a colocar seu dinheiro nesses fundos, em média no vermelho desde o fim do primeiro trimestre de 2013.

No resumo da ópera, no mínimo trata-se de más notícias para a retomada do investimento, que depende muito da construção.




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