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INDUSTRIA AUTOMOBILÍSTICA: GM exclui São José de novos projetos Falta de acordo com o sindicato, ligado à central Conlutas, é mais uma vez o motivo do isolamento da unidade dos planos da montadora
A General Motors deve reduzir drasticamente a produção de veículos em São José dos Campos (SP) e manter, a partir de 2013, apenas as linhas da picape S10 e do utilitário Blazer, além das unidades de componentes. A empresa confirma não ter, no momento, nenhum projeto de carro novo para a unidade, que deve também cortar quadro de pessoal, de cerca de 7 mil pessoas hoje.
O novo plano de investimento do grupo para 2013-2018, a ser anunciado nos próximos meses, também pode deixar de lado a fábrica inaugurada há 53 anos. Já as unidades de São Caetano do Sul, no ABC paulista, e Gravataí (RS) têm sido contempladas com novos projetos, alguns antes previstos para São José.
Mais uma vez, o motivo de isolar essa filial é a falta de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, ligado à central Conlutas. "Desde 2008, quando fechamos acordo que garantiu a produção da nova S10, não conseguimos mais negociar com o sindicato", diz o diretor de assuntos institucionais da GM, Luiz Moan.
Esse projeto resultou em investimento de R$ 800 milhões em São José e inclui a produção, em breve, da nova Blazer.
Segundo Moan, o sindicato não aceita flexibilizar as relações trabalhistas, como adotar o banco de horas. "Com isso, todos os produtos foram alçados para outras fábricas, onde estamos até mesmo contratando."
No fim de semana, a GM fez um "feirão de empregos" em Gravataí para a contratação de 250 funcionários. Segundo Moan, 550 pessoas entregaram currículos. O grupo também iniciou algumas contratações para a fábrica de motores que está construindo em Joinville (SC).
A unidade de São Caetano, que opera em três turnos, recebeu três projetos - Cobalt, Cruze e, na semana passada, o Spin, que vai substituir a Zafira e a Meriva, ambas feitas em São José. No momento, a fábrica produz uma série especial de despedida desses automóveis.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Antonio Ferreira de Barros, diz que a GM pretende fechar o setor conhecido como MVA, onde também são feitos Classic - cuja produção deverá ser concentrada em Rosário, na Argentina - e Corsa, que será substituído pelo projeto Ônix, com produção em Gravataí.
"A GM recebe incentivos do governo brasileiro, mas vai demitir aqui e gerar empregos na Argentina", reclama Barros. Segundo ele, se a produção do Classic fosse concentrada em São José, os 1,5 mil postos de trabalho que podem ser fechados com o fim do MVA seriam salvos.
Moan diz que a GM não vai desrespeitar o acordo feito com o governo de manutenção de empregos, quando houve a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), pois está contratando em outras unidades. "Vamos ter mais do que os 21 mil funcionários de antes."
No caso de São José, manter o MVA e os empregos, segundo Moan, vai depender da demanda pelos carros feitos no setor.
Desde junho, a GM abriu dois programas de demissão voluntária em São José. No primeiro, obteve 189 adesões. O segundo foi encerrado ontem e ainda não há dados, mas Barros afirma que será bem maior que o anterior. "A empresa fala que é PDV, mas obriga o trabalhador a aderir." FONTE: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,gm-exclui-sao-jose-de-novos-projetos-,894972,0.htm
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