Indústria e câmbio - SAMUEL PESSÔA
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Indústria e câmbio - SAMUEL PESSÔA


FOLHA DE SP - 09/03

Na semana passada, argumentei que há toda uma tradição do pensamento econômico que supõe que a especialização produtiva de uma economia é essencial para determinar as possibilidades de crescimento. 

Em nosso continente essa tradição se materializou na escola de pensamento da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), da ONU. A interpretação cepalina do desenvolvimento econômico afirma que a especialização das economias na produção de bens primários as condenaria à pobreza. 

A oferta excessiva de bens primários, fruto da especialização produtiva, levaria o preço de mercado desses bens a algo próximo de zero. A renda da economia, portanto, tenderia a pouco mais que na- da. Como afirmei, esse é o pesadelo cepalino. 

Assim, a política econômica deve privilegiar a diversificação produtiva. É necessário subsidiar o investimento em diversos setores, principalmente os mais dinâmicos, para a economia sair da armadilha da especialização em bens primários.

Há um problema lógico no argumento cepalino. A perda de termos de troca para o país, em razão da redução do preço dos bens primários, produzirá, em um regime de câmbio flutuante, desvalorização cambial. Esta, por sua vez, funciona como proteção natural à atividade produtiva local. Consequentemente, haverá diversificação produtiva e estímulo à produção de outros setores. É surpreendente que o pensamento da Cepal nunca tenha produzido resposta convincente a essa crítica. 

De qualquer forma, vários estudiosos na América Latina e no Brasil em especial foram convencidos pelos argumentos cepalinos. Para estes, a indústria de transformação tem papel de liderança no processo de desenvolvimento. 

Dois motivos justificam a importância da indústria. Primeiro, a indústria de transformação é capaz de gerar ganhos tecnológicos que transbordam para os demais setores. Essa característica justifica o papel de liderança do setor.

Segundo, a indústria de transformação gera empregos de melhor qualidade. Diferentemente dos serviços, que geram empregos com baixíssimos salários, ou do setor de bens primários, que produz estrutura muito concentrada de rendimentos --alguns poucos empregos com salários elevadíssimos e os demais empregos precários--, a indústria cria majoritariamente empregos com bons salários.




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