Jornalistas criticam violência da PM
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Jornalistas criticam violência da PM


Por Altamiro Borges

Na semana passada, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo fixou uma faixa gigantesca na fachada do prédio da entidade com o seguinte apelo: "Governador Alckmin: basta de violência da PM contra jornalistas”. Segundo a entidade, a mensagem permanecerá no local até que a agressão ao repórter do jornal Lance!, Bruno Cassucci, seja investigada e os responsáveis sejam punidos. Durante um jogo no domingo retrasado (30), o profissional foi mais uma das vítimas da truculência da polícia. O sindicato também divulgou nota condenando a postura autoritária do governo tucano de São Paulo. 

Já as entidades patronais, como a Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira das Emissoras da Rádio e Televisão (Abert) - que adoram criticar as supostas ameaças à liberdade de expressão promovidas pelos governos progressistas da América Latina - evitam condenar a violência - que não tem nada de "suposta" e é bem dolorida - contra os profissionais do setor em São Paulo. Na blindagem que realizam diariamente para proteger os tucanos, os barões da mídia nada falam contra Geraldo Alckmin. Os milionários anúncios publicitários do governo tucano talvez amenizem as porradas da PM contra os jornalistas.

Reproduzo abaixo a íntegra da nota do Sindicato:

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A liberdade de expressão e de imprensa são bens essenciais para o pleno funcionamento da democracia. Nesse sentido, o trabalho do profissional de imprensa deve ser entendido como parte integrante do sistema de direitos que o Estado tem o dever de proteger.

No domingo, 30 de novembro, o repórter do Jornal Lance!, Bruno Cassucci de Almeida, após o jogo entre Santos e Botafogo, na Vila Belmiro, cidade de Santos, estava registrando a intervenção da Polícia Militar em um confronto entre torcedores quando foi abordado por uma policial que o mandou abandonar o trabalho.

Em seguida, sob a mira de um revólver, segundo declaração do próprio jornalista, recebeu uma revista agressiva, teve todas as imagens registradas apagadas e ainda foi agredido no rosto.

Mas o pior ainda estaria por vir, pois, momentos depois da agressão, um policial se colocou entre o jornalista e a parede, pegou uma bomba de efeito moral, puxou sua calça e colocou o artefato dentro dela em um ato que só pode ser classificado como tortura e maus-tratos.

O que a sociedade testemunhou neste episódio foi a atuação de representantes do governo estadual agindo de forma contrária aos interesses democráticos pelos quais gerações de brasileiros lutaram. A imprensa se faz presente nos eventos para cumprir seu dever de informar o cidadão em benefício da democracia.

Pela presente, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo exige do governo do Estado rigorosa investigação e punição dos agentes envolvidos nesta agressão inclusive com a exoneração, a bem do serviço público, dos envolvidos neste vergonhoso episódio.

A ação das autoridades deve ser no sentido de garantir as prerrogativas dos jornalistas em seu trabalho para que a imprensa possa exercer sua função de informar o cidadão. A cadeia de comando foi quebrada e a punição deve ser exemplar.

Se medidas saneadoras não forem tomadas imediatamente, a própria instituição será desacreditada uma vez que as agressões se repetem cotidianamente sendo registrado dezenas de casos semelhantes. Os casos mais notórios são os dos repórteres fotográficos, Alex Silveira e Sérgio Silva, que perderam a visão atingidos por balas de borracha e da repórter Giuliana Vallone (atingida também no olho), todos cobrindo manifestações em vias públicas a trabalho e devidamente identificados como representantes da imprensa.

Esperamos que este pleito será plenamente encaminhado pelas autoridades, a justiça será estabelecida e a liberdade de imprensa garantida pois, se o poder público tenta impedir por meios violentos a livre divulgação da informação, pratica censura como nos piores momentos da ditadura.

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