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Juan Carlos, os elefantes e a Repsol
Por Altamiro BorgesA decisão do governo argentino de reestatizar a petrolífera YPF continua gerando reações hidrófobas da Espanha, amplificadas pela mídia colonizada. Até o rei Juan Carlos resolveu meter o seu bedelho, interferindo em defesa da vampiresca multinacional Repsol – que saqueava o petróleo do país vizinho. Mas que moral tem este senhor? Para ele serve a sua célebre frase: "por que não te calas?".
O monarca espanhol vive sua pior fase. Na semana passada, ele sofreu um acidente durante uma caçada a elefantes em Botsuana e foi hospitalizado. Segundo a própria revista Veja, sempre tão serviçal, “o escândalo protagonizado pelo rei Juan Carlos I provocou um debate de proporções inéditas na Espanha sobre a regulamentação da monarquia”.
Fanfarão é presidente de honra da WWF-EspanhaEnquanto o país afunda numa grave crise econômica, com milhões de desempregados e desamparados, o rei gasta fortunas dos cofres públicos em caçadas e festanças - no safári em Botsuana teriam sido mais de US$ 100 mil. Nesta semana, as ideias antimonarquistas inundaram as redes sociais questionando a cara manutenção da realeza. “A pressão sobre o monarca é grande”, garante a revista Veja.
A pressão também inclui os ambientalistas. Afinal, Juan Carlos é presidente de honra da organização não governamental WWF (Fundo Mundial da Natureza) na Espanha. Uma foto estampada no jornal El País, com o rei posando ao lado de um elefante abatido a tiros, deflagrou um movimento internacional pela sua imediata destituição do cargo. Cerca de 60 sócios se rebelaram contra a falta de coerência da WWF.
Corrupção e estadias assassinasA atriz Brigitte Bardot, conhecida por sua luta em defesa dos animais e contra o uso de peles na produção de casacos, emitiu uma nota detonando o monarca falastrão. “Não lhe desejo pronto restabelecimento se isso o levar a continuar com suas estadias assassinas na África”. Ambientalistas também protestaram diante do Hospital San José, em Madri, onde o rei sofreu uma cirurgia na bacia.
Para arranhar ainda mais a sua imagem, ontem (17) a mídia espanhola divulgou três e-mails que indicam que o rei teve participação direta nas negociatas do seu genro, Iñaki Urdangarín, um corrupto compulsivo, indiciado num processo sobre desvio de dinheiro público. As mensagens são demolidoras. Será que Juan Carlos, o bravateiro, também mantém alguma relação promíscua com a Repsol?
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