Por Altamiro BorgesUm curioso registro feito pela revista Fórum deixou uma baita dúvida no ar. Diz a matéria: “Um post divulgado hoje (11) no Facebook do Movimento Brasil Livre (MBL) pede dinheiro, supostamente para manifestações a serem realizadas no país pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Só que as contribuições são direcionadas para a conta pessoal de Kim Kataguiri, um dos líderes do grupo. ‘Essa é uma luta de todos os brasileiros e precisamos de união’, diz a publicação. A falta de transparência em relação aos recursos recebidos incomodou os internautas. ‘Ué, o MBL não tem CNPJ?’, questionou um. ‘Quer um Playstation? Peça para o seu papai', ironizou outro”.
Ironias a parte, a pergunta que ficou no ar, como um boneco inflável: o fascista mirim, já batizado de “Kimta Katiguria”, vai prestar contas da grana arrecadada? Ainda cabe outra dúvida: os ingênuos que depositaram o dinheiro na conta do golpista vão fazer papel de otário ou irão cobrar explicações?
O MBL é um movimento muito sinistro. Ninguém sabe como ele banca as constantes viagens dos seus “líderes” a Brasília, os custosos caminhões de som para as suas marchas ou mesmo os bonecos infláveis e outras alegorias. Há quem afirme que a grana vem de ricos empresários; outros chegam a suspeitar de recursos do exterior, de fundações internacionais com fortes interesses nas riquezas nacionais. Ninguém sabe quais são as fontes da grana. O certo é que a entidade, transformada pela mídia em vanguarda da cruzada pelo impeachment de Dilma, não presta contas do seu financiamento. A falta de transparência é total – poderia até gerar uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
O MBL surgiu em novembro de 2014, quando promoveu um ato no vão do Museu de Arte de São Paulo (MASP) em apoio à midiática Operação Lava-Jato e em solidariedade à revista Veja, que foi alvo de um protesto por sua capa criminosa nas vésperas do segundo turno das eleições presidenciais. Junto com outros grupelhos fascistas – inclusive por alguns que pregam o retorno dos militares ao poder e até a volta da monarquia ao Brasil –, ele foi decisivo na organização das quatro marchas golpistas deste ano – em março, abril, agosto e a deste último domingo (13).
O MBL também liderou a frustrada “Marcha pela Liberdade”, que saiu de São Paulo em 24 de abril e chegou a Brasília em 27 de maio, e ainda teve participação de destaque no acampamento no gramado em frente ao Congresso Nacional, em novembro – que resultou em cenas de ódio e violência, com a apreensão de um veículo com um arsenal de armas e o disparo de tiros e o lançamento de bombas contra a Marcha Nacional das Mulheres Negras.
Até hoje, porém, o MBL não explicou a origem dos recursos para tanto ativismo golpista. Quem deu a grana, quanto, como foi gasta? O MBL se diz um movimento ultraliberal, que prega a redução do papel do Estado, a redução da carga tributária, a privatização total da educação e da saúde, o direito sagrado à propriedade privada, o fim do sistema de cotas, a garantia do direito à posse e ao porte de arma, entre outras bandeiras. Ele poderia, incluir, também a transparência no uso dos seus recursos!
*****
Leia também:
- Por que o impeachment desandou nas ruas?
- O ódio no ato pró-golpe em Brasília
- O que fazer com o fracasso dos coxinhas?
- Frota e outros "patos" na Avenida Paulista
- Apesar da mídia, protesto é um fracasso
- "Mini-festação" vira piada no twitter
Por Altamiro Borges Os grupelhos golpistas que organizaram quatro marchas pelo impeachment de Dilma no ano passado iludiram muita gente com o discurso da negação dos partidos e da política. Os inocentes inúteis - os tais midiotas - acreditaram nesta...
Por Altamiro Borges Os grupelhos fascistas estão excitados com a decisão do correntista suíço Eduardo Cunha, que ainda preside a Câmara Federal, de deflagrar o processo golpista do impeachment de Dilma. Eles garantem que voltarão a colocar milhares...
Por Altamiro Borges Convocadas para o Dia da Proclamação da República, as marchas golpistas pelo "Fora Dilma" foram um baita fiasco neste domingo. Alguns grupelhos fascistas, que antes apostavam as suas fichas nesta cruzada, inclusive deram para trás,...
Por Altamiro Borges Este mundo é cheio de ironias. Kim Kataguiri, o jovem líder do grupelho fascista Movimento Brasil Livre (MBL), que prega a derrubada de Dilma e a redução do papel do Estado – com o fim dos programas sociais, das cotas nas faculdades...
Por Altamiro Borges A direita golpista bem que se esforçou, mas voltou a se frustrar com a baixa adesão às suas marchas pelo impeachment de Dilma Rousseff neste sábado (6). Em São Paulo, segundo o comando da PM, o ato juntou 2 mil pessoas; em outras...