Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:O método revela os fins.
Está mais que claro que o “vazamento” dos termos da delação premiada é muito mais do que uma simples infração funcional de algum policial ou promotor da Lava Jato que, ansioso por “colocar na roda” os nomes mencionados e as acusações aparentemente sem qualquer prova do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró tivesse entregue a um ou mais repórteres.
Se tivesse sido isso, é óbvio que a primeira menção ,que iria para os jornais seria a que foi hoje, quatro dias depois de começarem a “pingar” os vazamentos, seria o conteúdo da tal delação na Folha de hoje: uma suposta “gratidão” do ex-presidente Lula a ele por ter “viabilizado” o pagamento de um empréstimo de R$ 12 milhões supostamente feito ao PT pelo Banco Schahin.
Que jornalista, de posse da delação integral, “guardaria” por alguns dias a “bomba”, ainda mais porque outros jornais também vinham publicando trechos da delação?
Nem vou tratar do estapafúrdio que seria entregar um contrato de US$ 1,6 bilhão como simples “pagamento” de um empréstimo que, em dólares de 2004 (quando a cotação variou entre R$ 3,65 e R$ 2,90), somaria US$ 3,67 milhões, ou 0,23% do prêmio supostamente da do à Schahin.
Prefiro ficar na eloquente cronologia dos vazamentos.
Há quatro dias, “vaza”. com grande alarde, o trecho em que o Ministro Jaques Wagner é citado como beneficiário de dinheiro, em 2006, de uma empreiteira – da qual Cerveró não se recorda o nome – que faria um prédio da Petrobrás em Salvador, cujas obras se iniciaram em dezembro de 2011 – cinco anos depois, portanto.
Depois, para sair na segunda – bem cedo – vaza o trecho em que Cerveró diz que houve uma propina de US$ 100 milhões para o Governo Fernando Henrique Cardoso na operação de compra das instalações da argentina Perez Companc. Como? Ah, Cerveró não diz e não parece, pelo documento, que sequer se lhe tenha perguntado.
Os leitores deste blog sabem que aqui, desde os primeiros vazamentos, questiona-se a falta de indícios de materialidade em tudo o que tem sido vazado.
Cumprida esta etapa e estabelecido o “doa em quem doer” de Cerveró, passa o vazador a dar o filé aos jornalistas: é hora de servir Lula!
A construção deliberada é tão evidente que salta aos olhos de qualquer um. Os jornais reproduzem apenas pequenos trechos da delação, o que, claro, parece confirmar que o “vazador” não lhes fornece o documento inteiro, mas os trechos “pinçados” que interessam para dirigir a mídia.
Que, com todo o prazer, entrega-se à Operação Conta-Gotas e se acumplicia aos objetivos políticos de seus mentores.
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