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LEI NÃO FAZ REVOLUÇÃO
Gente, eu fico com muita preguiça de quem vem dizer "Ah, mas não tem lei impondo que a mulher adote o sobrenome do marido, então é uma questão meramente individual, cada um faz o que quer". Só porque não tem lei impondo uma coisa não quer dizer que aquela coisa não exista ou que não seja uma imposição, ué. Porque imposições não ocorrem apenas através de leis. Um professor que eu sigo no Twitter exemplificou: ele dá aula em faculdade, assim como eu.Não existe no regimento da universidade nenhuma regra que diga que ele precise dar aula de camisa. No entanto, ele dá aula de camisa. Por quê? Outro exemplo: a Lei Maria da Penha é considerada pela ONU uma das mais completas do mundo no que se refere à violência doméstica. Ano que vem essa importante lei comemora 10 anos. Mas ela não reduziu a violência. Só ter uma lei não muda o nosso dia a dia. Nossa cultura ainda acha que "em briga de marido e mulher não se mete a colher", que a mulher é uma criança que precisa ser disciplinada, muitas vezes através da violência, que bater em criança é educar (esse costume é tão naturalizado que sequer é visto como violência doméstica). Pensemos em faixa de pedestres.Por lei, os carros têm que parar para permitir que um pedestre atravesse na faixa. Quantas cidades no Brasil respeitam essa lei? Brasília é uma das exceções. E sei que respeita porque fizeram uma campanha intensa, com multas, inclusive, e conscientização dos cidadãos. O que ativistas tentamos fazer é isso: criticar as estruturas, conscientizar as pessoas. É um trabalho exaustivo e lento. Seria muito mais rápido se esta fosse uma vontade das escolas e da grande mídia. Voltando ao assunto do post, nos EUA, 95% das mulheres casadas adotam o sobrenome do marido.Certamente não existe nenhuma lei impondo que as mulheres façam isso. Mas existem tradições, costumes, toda uma cultura que diz que a mulher DEVE adotar o sobrenome do marido. E é isso que questionamos: tradições, sistemas (que têm um nome: patriarcado). Seria até fácil mudar o mundo se tudo dependesse de implantar algumas leis. Leis são importantes, não estou dizendo que não sejam, mas é meio óbvio que só elas não fazem uma revolução. E eu quero uma revolução.
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5 Coisas Para Refletir Antes De Incluir Ou NÃo O Sobrenome Do Parceiro
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Obrigada, Mas Dispenso Seu Sobrenome, Marido
Eu não entendo nada desses cerimoniais, então nem posso dizer com certeza que fui madrinha de casamento (no civil é madrinha?) de um casal amigo, uns sete anos atrás. Eu e o maridão chegamos lá, no cartório marcado em Joinville, e, depois...
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Guest Post: Eu, Agressora
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A Revolução Da Maria Da Penha
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Não à Violência Contra As Mulheres
Por Dandara Lima, no site da UJS: Dia internacional da Não Violência Contra as Mulheres desde 1999, o dia 25 de novembro é simbólico no combate à violência de gênero e faz parte da campanha “16 dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as...
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