Mais como nos filmes - RUY CASTRO
Geral

Mais como nos filmes - RUY CASTRO


FOLHA DE SP - 16/11

RIO DE JANEIRO - Saí à calçada e estiquei o braço em busca de um táxi. Passaram vários, todos cheios. Levei 20 minutos para conseguir um. Muito diferente do que acontece nos filmes, em que não apenas o vilão chega à rua e para imediatamente um táxi para fugir, como o herói toma outro segundos depois e começa a perseguição.

No cinema, os bandidos armam uma bomba atômica e a equipam com um mostrador para que o herói saiba a quantos segundos ela vai explodir. Quando o herói, que é um mosqueteiro, enfrenta 20 espadachins, eles o atacam um a um, em vez de todos de uma vez. O herói resiste bem às dezenas de socos que leva dos bandidos, mas geme quando sua namorada aplica um lencinho molhado aos seus ferimentos.

Ao fugir juntos de uma ameaça, o herói e a mocinha insistem em correr de mãos dadas quando fugiriam muito mais depressa se corressem separados. Quando o herói vai ao médico, nunca será por causa de uma diarreia, mas para enfaixar o ombro ou extrair uma bala. O herói só pode ser ferido no braço --jamais será visto mancando ou com uma atadura na cabeça. Ao acordar e pular da cama, toda mulher entrará imediatamente no chuveiro e nenhuma fará xixi.

Os cavalos do cinema são à prova de balas. Todas as invasões de extraterrestres começam pelos EUA. Qualquer monstro tipo morto-vivo, mesmo que recém-saído do túmulo e arrastando os pés ao andar, consegue capturar a mocinha que tenta escapar dele. Quando uma mulher recordar sua infância, será sempre mostrada de tranças, brincando de amarelinha ou pulando corda. Ao pagar uma conta no restaurante, o galã deixará várias notas na mesa --nunca apresentará o cartão ou fará um cheque.

E por aí vai. Estes são alguns dos casos recolhidos no livro "Tous les Clichés du Cinéma", pelo francês Philippe Mignaval. A vida devia ser mais como nos filmes.




- Italianidade - Luis Fernando VerÍssimo
O GLOBO - 23/02 Coppola faz uma metáfora, no cinema, para competição selvagem que tudo corrompe e no fim tudo justifica, inclusive a sangueira Durante muito tempo, por pressão da comunidade ítalo-americana, o cinema não pôde mostrar ou sequer...

- CrÍtica: Hancock / Mais Sobre A Bomba Que Voa
Hancock não tem cura. Nem com uma loooonga sequência se passando no hospital. Mesmo depois que chamei Hancock de Manifesto Capitalista, ainda pode ter um ou outro ingênuo querendo saber: “Tá, entendi, mas você gostou?”. Não, né? A mensagem...

- CrÍtica: HerÓi / I Coraçãozinho China
Aleluia, estreou um filme chinês aqui em Joinville, “Herói”, e tá passando um outro, “Clã das Adagas Voadoras”, do mesmo excelente diretor, Yimou Zhang (do belo “Lanternas Vermelhas”) em Blumenau. Ter um festival de cinema chinês aqui...

-
Eu não vou ao cinema. Eu não vejo filmes. Eu não vou ao cinema porque eu não vejo filmes, isso tem anos já. Eu vejo pouquíssimos filmes. Eu não tenho paciência, eu me distraio facilmente. Eu estou namorando - e ridiculamente apaixonada - por um...

- Corto Maltese
Já antes declarei aqui o meu fascínio por Corto Maltese, o meu herói de banda desenhada predilecto. Compreenderão por isso a minha satisfação pela iniciativa do Público de editar, a partir de hoje, todas as 2ªs feiras, as aventuras do marinheiro...



Geral








.