MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO
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MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


FOLHA DE SP - 19/01

Varejo não espera grande impulso com a Copa
Setores do varejo como os de moda, eletrodomésticos e veículos não devem receber um grande impacto positivo durante o período da Copa, segundo analistas da área.

"Quem espera movimentação forte é o segmento de bens não duráveis. Ninguém imagina vender mais geladeira e roupas [por causa da Copa]", diz Caio Megale, economista do Itaú Unibanco.

"Alguns setores, como os de vestuários e automóveis, estão mais preocupados do que empolgados. O movimento em shoppings tende a cair durante os jogos."

Um estudo feito pelo Itaú aponta que, durante o Mundial, cerca de R$ 6 bilhões devem ser injetados na economia, mas sobretudo em serviços ligados ao turismo e à alimentação.

Mesmo com a perda de dias úteis, no entanto, grandes redes de moda afirmam que o evento vai colaborar.

"O número de dias parados em algumas cidades, talvez até além do que seria necessário, causará um impacto negativo", diz Flávio Rocha, presidente da Riachuelo.

"Mas não será suficiente para anular o efeito positivo da Copa. Serão mais turistas e mais dinheiro circulando", complementa o executivo.

A C&A não abre números sobre suas operações no Brasil, mas também informa acreditar em incremento.

"Tradicionalmente, os anos de Copa já trazem demandas extras para alguns segmentos. A nossa linha esportiva, por exemplo, acaba recebendo uma influência muito positiva", afirma o vice-presidente comercial da companhia, Paulo Correa.

"De maneira geral, a avaliação é que vai ser um ano um pouco mais difícil em termos macroeconômicos, mas que, no balanço final, a Copa vai ajudar", diz.

Expectativa com Mundial divide as locadoras de veículos
A rede de locadoras de veículos Hertz vai aumentar em até 30% sua frota para a Copa. "Queremos adaptar a experiência que tivemos na Alemanha e na África do Sul", afirma John Salagaj, diretor da empresa no Brasil.

Nos meses do Mundial, serão 10 mil veículos nas 40 lojas próprias da marca, mais a frota das 76 franquias.

"Esperamos um crescimento no faturamento de ao menos 20%", diz Salagaj.

A animação, no entanto, não é generalizada.

A Localiza, maior do setor no país, não deverá fazer grandes compras de veículos. "Estamos conservadoramente otimistas", afirma Roberto Mendes, diretor da rede.

"Não podemos comprar carros só para essa demanda muito sazonal. Senão, o que a gente faz com esses veículos depois?", questiona.

A falta de incentivos do governo para a compra de veículos inibiu o setor, diz o Sindiloc-SP (Sindicato das Locadoras de São Paulo), que tem 1.600 associados no Estado.

"O incentivo diminuiria o preço do serviço devido à ampliação da oferta", afirma o empresário Hélio Machado, dono da locadora Evidence.

O francês Arnault Leglaye, CEO da Arval, de gestão de frotas, também espera um freio na procura enquanto a bola estiver rolando.

"Há o risco de as decisões serem mais demoradas ou adiadas em razão do Mundial e das eleições", afirma. "Ainda assim, antecipamos um crescimento de 15%."

ATÉ NO NATAL
Até quem trabalha com decoração natalina acredita que o Mundial impactará nos negócios.

Para a empresária Conceição Cipolatti, cuja empresa é responsável por enfeites em cerca de 150 grandes espaços, o futebol vai atrapalhar os preparativos para receber o Papai Noel.

"Estamos com medo de 2014 por causa da Copa. Se não nos anteciparmos, será um período perdido. Dia de jogo, ninguém virá trabalhar e os clientes não darão retorno."

A empresa, que projeta uma expansão de 10% neste ano, abrirá o showroom para shoppings e grandes companhias mais cedo, por volta de 15 de fevereiro.

"Não podemos dar férias coletivas, mas dá vontade. Junho é mês de alta produção."

PARA O ANO NOVO
Manter-se no cargo e na empresa atual é o objetivo da maioria dos executivos latino-americanos neste ano.

Pesquisa da companhia de recrutamento PageGroup mostra que 48% dos entrevistados brasileiros querem se manter estáveis em seus trabalhos.

No Chile e no México, as parcelas chegam a 51% e 50%, respectivamente. Na Argentina e na Colômbia, ficam em 42% e 41%.

Tanto no Brasil como no Chile e no México, o segundo principal desejo é ter novas oportunidades no mesmo setor. Na Argentina, no entanto, a segunda opção é conseguir um trabalho em uma área diferente.

Aperfeiçoar-se com um curso em uma universidade foi citado principalmente pelos brasileiros (27%) e pelos argentinos (29%).

Protestos... O número de títulos protestados na cidade de São Paulo chegou a 62,4 mil, em dezembro, alta de 0,7% em relação ao mês anterior, de acordo com levantamento do Instituto de Estudos de Protestos de Títulos.

...em alta A quantidade de cancelamentos recuou. De 19,4 mil, em novembro, para 17,8 mil, em dezembro. Do total de títulos, 42,5 mil eram duplicatas. As notas promissórias somaram 3.212 e os cheques, 3.070.

Segurança Em parceria com a Honda, a Ambev, do setor de bebidas, desenvolveu um modelo de moto equipado com tecnologia para evitar que seus vendedores se envolvam em acidentes. Atualmente, 4.500 funcionários utilizam o veículo todos os dias.

Janeiro pessimista
A confiança do consumidor paulistano atingiu neste mês o menor patamar desde março de 2009, de acordo com a FecomercioSP.

O índice que mensura o otimismo caiu 17,9% em janeiro, na comparação com o mesmo mês de 2013, e chegou a 131,7 pontos.

Em março de 2009, o indicador marcava 128,95 pontos.

Comparado com dezembro de 2013, o recuo foi de 3,5%.

As famílias com renda inferior a dez salários mínimos são as mais pessimistas, segundo a entidade.




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