MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO
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MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


FOLHA DE SP - 12/08

Com novo leilão de energia, setor de biomassa vê possibilidade de retomada
O leilão para compra de energia marcado para o próximo dia 29 de agosto deixou o segmento de geração de eletricidade por bagaço de cana na expectativa pela retomada de investimentos.

A disputa vai contratar energia de novas termoelétricas aptas a produzirem a partir de janeiro de 2018.

Sem competitividade para a biomassa nos últimos leilões, o setor perdeu espaço para outras matrizes.

Com isso, as usinas de açúcar e álcool reduziram aportes. "Os projetos [de termoelétricas movidas a bagaço] que estão saindo agora ainda são frutos de decisões tomadas até 2008", diz Zilmar José de Souza, da Unica.

O teto do pagamento para o leilão, fixado em R$ 140 por megawatt-hora (MWh), poderá estimular o surgimento de novos empreendimentos.

"Se durante a disputa não baixar muito esse valor, há grandes chances de investimentos", avalia Leonardo Calabró, vice-presidente-executivo da Cogen (associação das indústrias do setor).

Além das próprias usinas, outro segmento que aguarda a retomada é o de empresas que fabricam equipamentos para a cogeração, como turbinas e caldeiras.

"Se o leilão tiver preço atrativo, por volta dos R$ 130 [por MWh], a gente crê na volta de pedidos", afirma Alexandre Roberto Martinelli, da Caldema, de Sertãozinho (SP).

Neste ano, a indústria fechou um único contrato para fabricação de caldeira de cogeração, ante cinco negócios ao longo de 2012.

Para Souza, da Unica, o leilão deveria ter valor ainda acima dos R$ 140, além de diferenciar as fontes.

"Do ponto de vista ambiental, não tem como a biomassa ter no leilão o mesmo preço do carvão", afirma.

Deficit da balança de eletrônicos cresce 10%
O deficit da balança comercial dos produtos do setor eletroeletrônico aumentou 10% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.

Foram US$ 17,7 bilhões, ante US$ 16,1 bilhões em 2012.

Os dados foram compilados pela Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) com informações da Camex (Câmara de Comércio Exterior).

"A indústria brasileira de componentes eletrônicos foi dizimada na década de 1990 com a abertura abrupta para as importações. Agora estamos sofrendo o reflexo disso", diz Humberto Barbato, presidente da associação.

"As empresas do setor não vêm se instalar aqui porque é caro produzir no Brasil. Também existem problemas de segurança jurídica e de infraestrutura. Não é atraente para esse tipo de indústria."

De janeiro a junho deste ano, as importações atingiram US$ 21,2 bilhões e as exportações, US$ 3,4 bilhões.

"O que chamou a atenção no balanço foi o crescimento em 45,4% na importação de bens de geração, transmissão e distribuição de energia", afirma Barbato.

"Os produtos de tecnologia brasileira estão mais caros que os de fora."

COGERAÇÃO AMPLIADA
O Grupo São Martinho acaba de colocar em operação uma usina termoelétrica que cogera energia através da queima do bagaço da cana, na unidade de Pradópolis (São Paulo).

Com investimento de R$ 185 milhões, o projeto iniciado em 2010 permite gerar em um primeiro momento um excedente para comercialização de 244 mil MWh.

"A quantidade é suficiente para atender a demanda de uma cidade com cerca de 200 mil habitantes", diz Fábio Venturelli, presidente do grupo sucroalcooleiro.

Quando os preços dos leilões começaram a cair em 2008 e 2009, os primeiros a sair dos planos das usinas foram os "retrofits", que previam a troca das caldeiras, que são muito caras.

Alguns, porém, continuaram em usinas que estavam sendo construídas.

"Na São Martinho, a opção foi por uma termoelétrica que queima biomassa. A usina tem caldeiras, que ainda não estão no momento da troca, e gerava excedente de bagaço de cana."

"Temos agora no portfólio um produto que traz uma receita adicional e cuja oscilação de preço está atrelada à inflação e não à oferta e demanda, como ocorre com o açúcar", afirma.

O financiamento da nova termoelétrica foi do Itaú e do BNDES.

LENTES EM ALTA
O mercado óptico nacional fechou o primeiro semestre deste ano com um crescimento de 27% na comparação com o mesmo período de 2012, de acordo com a Abióptica (associação do setor).

Com o desempenho que foi registrado de janeiro a junho, a entidade projeta encerrar 2013 com um faturamento total de R$ 24,7 bilhões.

O aumento no volume de vendas está atrelado ao crescimento da renda do consumidor brasileiro e também ao combate à pirataria no segmento, diz a associação.

A entidade representa 95% da área, entre fabricantes, importadores, exportadores, distribuidores e varejo.

Marco da mineração O governo paulista fará um workshop sobre o novo marco regulatório da mineração, na próxima quinta-feira. O objetivo da Secretaria de Energia é que representantes de todos os Estados participem.

Grife culinária A Venchi, marca italiana de chocolates e sorvetes, quer chegar a seis lojas no Brasil até 2014. A primeira foi aberta no Rio. "Por enquanto, priorizamos o mercado carioca", diz Irajá Guimarães, sócio da empresa no país.

Parceria nos EUA A Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da FVG, anuncia hoje uma parceria com a CFA Institute, associação global com sede nos Estados Unidos que certifica os profissionais de finanças.

Jovens no campo O Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo terá um programa de agricultura familiar com foco nos jovens. O objetivo é apoiar projetos de filhos de agricultores, com ações de formação e acesso a crédito.




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