Por Altamiro Borges
Na semana passada, o coordenador da campanha presidencial de Marina Silva, o ex-deputado tucano Walter Feldman, anunciou que estava abandonando o projeto de criação da Rede Sustentabilidade – a organização partidária a serviço do projeto eleitoral da ex-senadora. Ele optou pelo posto "ético" de cartola da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), tornando-se o seu secretário-geral. No mesmo período, um grupo mais à esquerda dos chamados "sonháticos" também anunciou o seu rompimento com a ex-verde e a fundação de um novo partido – o Avante, que seria inspirado no "Podemos" da Espanha. Agora, é a Folha tucana que confirma o acelerado isolamento da ex-queridinha da mídia.
Segundo reportagem publicada neste domingo (25), assinada por Bernardo Mello Franco, a Rede está se dissolvendo e não consegue mais conter os vários furos. "Três meses após a eleição presidencial, a ex-senadora Marina Silva, que chegou a liderar as pesquisas de intenção de voto, submergiu e viu o núcleo político de sua candidatura se esfacelar. Os dois coordenadores da sua campanha, Walter Feldman e Luiza Erundina, afastaram-se da candidata e do esforço de criação de seu futuro partido, a Rede Sustentabilidade. A equipe que organiza a fundação da Rede também sofreu baixas. Um grupo de militantes rompeu com Marina e agora tenta criar outro partido, o Avante".
A Folha tucana só agora admite que "parte do isolamento de Marina Silva deve-se à decisão de apoiar o tucano Aécio Neves no segundo turno da eleição presidencial, caminho que dividiu os marineiros. Para Luiza Erundina, a opção foi 'equivocada' e 'incoerente'. 'Marina criticava a polarização entre PT e PSDB, mas decidiu aderir a um dos polos. Foi uma contradição com o discurso que ela fez na campanha', afirma a deputada, que se aproximou dos dissidentes da Rede engajados na organização do Avante. Erundina também critica o sumiço de Marina, que não compareceu nem às posses de aliados, como a do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB)".
Com estas baixas, a ex-verde terá ainda maiores dificuldades para legalizar a sua Rede. Em outubro de 2013, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou o registro do novo partido porque ele não atingiu as cerca de 500 mil assinaturas exigidas em lei. A decisão levou Marina Silva e seu grupo de "sonháticos" a se filiarem ao PSB, de Eduardo Campos. Com a trágica morte do ex-governador de Pernambuco, a ex-senadora ocupou a vaga na disputa presidencial. No clima de comoção amplificado pela mídia, ela chegou a liderar as pesquisas de intenção de voto e foi bajulada por vários "calunistas", como Merval Pereira, o "imortal" da Rede Globo.
O "fenômeno", porém, não durou muito tempo e, no segundo turno, revelou sua matriz conservadora. Marina Silva apoiou o cambaleante Aécio Neves e subiu no palanque de notórios direitistas, como o governador reeleito do Pará. Agora, voltou a cair no ostracismo... até as próximas eleições. A mídia e a oposição demotucana sempre estarão à disposição para dar uma forcinha à ex-verde. Marina Silva infelizmente se transformou numa força de reserva da direita tupiniquim, como reconhecem agora até alguns "sonháticos" decepcionados com as "incoerências" da ex-senadora!
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