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PSB retruca Marina; confusão criada
Por Altamiro Borges
Como já alertou o "imortal" Merval Pereira, porta-voz da Globo, a verde Marina Silva pode morrer pela língua. Quando mais fala, mais ela se complica. Desde sábado, quando anunciou a sua adesão ao PSB e lamentou a "clandestinidade" da Rede, a ex-senadora virou a queridinha da mídia. É manchete dos jornalões e estrela nas emissoras de tevê - mereceu até festança no programa do Jô Soares. A forte exposição, porém, tem seus custos. Em entrevista à Folha na quarta-feira, Marina Silva afirmou que ela e Eduardo Campos são "possibilidades" para 2014 - colocando em dúvida a candidatura do presidente do PSB. A reação foi imediata, o que indica que haverá muita confusão no novo polo oposicionista.
"Não tem isso de discutir lá na frente a posição na chapa. A candidatura posta é a de Eduardo e ela vai até o dia da eleição. A cabeça de chapa se chama Eduardo Henrique Accioly Campos e esse será o nome na urna no dia da eleição", retrucou o secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira. Já o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), um dos mentores da exótica aliança, também negou a "possibilidade" de que o governador de Pernambuco ceda a vaga na disputa presidencial à nova filiada do partido. "Os que apostarem em uma disputa entre Eduardo e Marina vão perder. Não tenho nenhuma dúvida de que a Marina fez opção pela candidatura do Eduardo, e essa candidatura vai até o fim".
Os caciques do PSB podem até fingir que "não tem nenhuma dúvida" sobre a opção de Marina Silva, mas o mundo político sabe que não é bem assim. Nas entrevistas que concedeu aos principais jornais do país - como se ela fosse a candidata a presidente em 2014 -, a ex-verde não explicitou qual é o seu projeto de futuro. Pelo contrário. Ela bombardeou as alianças já costuradas pelo PSB para a sucessão presidencial, criando constrangimentos. Nos bastidores, também cresce a pressão dos "marineiros" para que ela encabece a chapa. Eles lembram que Marina Silva apareceu no último Datafolha com 26% das intenções de voto, contra os minguados 8% de Eduardo Campos.
Caso as próximas pesquisas eleitorais não apontem um forte crescimento da candidatura do presidente do PSB, a pressão vai aumentar - inclusive de setores da mídia oposicionista. Como Marina Silva não detém o controle da máquina da sua nova legenda, a tendência é que a tensão cresça internamente. Não haverá paz para o "hábil" Eduardo Campos. O que parecia um lance genial na disputa sucessória - em que o velho pragmatismo suplantou novamente as questões programáticas - pode se tornar uma baita dor de cabeça. As eleições de 2014 ainda prometem muita adrenalina e surpresas!
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