Marta Suplicy: de vítima a "oportunista"
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Marta Suplicy: de vítima a "oportunista"


Foto: José Cruz/ABr
Por Altamiro Borges

O Globo: “Dilma dá Cultura a Marta para ajudar PT em SP”. Folha: “Marta ganha ministério após dar apoio a Haddad”. Estadão: “Dilma dá ministério a Marta e abre caminho para PR apoiar Haddad”. Estas foram as manchetes garrafais de hoje dos três principais jornalões do país. A mídia insiste na cobertura partidarizada. Da mesma forma como agiu com o ministro Joaquim Barbosa, que já foi tachado de “marionete” e agora é exibido como “herói” no julgamento do chamado mensalão, a velha imprensa não perdoa Marta Suplicy.

Até algumas semanas atrás, a ex-prefeita de São Paulo era paparicada pela mídia. Ela teria sido “vítima” do autoritarismo de Lula, que impôs Fernando Haddad como candidato às eleições paulistanas. Ela foi até elogiada por sua “coerência” ao boicotar a campanha do seu companheiro de partido. A mídia, inclusive, esqueceu as críticas raivosas que sempre fez à sua gestão inovadora na capital paulista. Ela fez questão, apenas, de estimular as intrigas entre a ex-prefeita e a direção do PT.

A escandalização da política

Agora, com seu ingresso na campanha de Haddad e, principalmente, com a sua nomeação para o Ministério da Cultura, os jornalões voltam à carga contra Marta. Ela seria uma oportunista, que trocou o seu apoio ao candidato por um carginho no governo. É sempre a mesma técnica de desqualificar e escandalizar a política. Os jornais até registraram que o tucano Geraldo Alckmin e o ex-demo Gilberto Kassab fizeram mudanças em seus governos em função da disputa eleitoral. Mas não houve estardalhaço, não houve manchete!

Os jornalões também sabiam que havia uma crise no Ministério da Cultura e que a troca no comando já estava prevista. A ministra Ana de Hollanda há muito era criticada por sua inabilidade e os retrocessos nas políticas públicas. Ela conseguiu desagradar áreas da cultura e, principalmente, inúmeras lideranças petistas de prestígio. A sua saída já era dada como certa. Para complicar ainda mais a sua situação, a ex-ministra andou criticando, com razão, a falta de verbas para o seu ministério, o que precipitou o anúncio da troca.

A mídia partidarizada, porém, deixou de lado todas estas nuances. Ana de Hollanda, que antes era atacada, agora virou vítima. Marta Suplicy, que até foi paparicada, agora virou vilã! Um chargista, nada inocente, até relembrou a sua frase do “relaxa e goza”. O anúncio da troca de comando no Ministério da Cultura pode até ter ocorrido num momento inapropriado, servindo de pretexto para a imprensa destilar mais veneno na batalha eleitoral. Mas não há como disfarçar o comportamento oportunista e tendencioso da velha mídia.




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