MELHORES FILMES DA DÉCADA EM CADA CATEGORIA – PARTE 2
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MELHORES FILMES DA DÉCADA EM CADA CATEGORIA – PARTE 2


Como eu disse na introdução da lista anterior, praticamente todos os filmes mencionados aqui valem como menção honrosa. E nenhum deles entra na seleção final (que vou divulgar em breve) dos dez melhores filmes da década de 2000 a 2010.

Drama: Aqui tem um monte, e sei que vou esquecer alguns (já avisando: não gosto nadinha de Encontros e Desencontros). Por data, eu incluiria Amores Brutos (00), Psicopata Americano (00), Réquiem por um Sonho (00), As Horas (02), O Pianista (02), Longe do Paraíso (02), Dogville (03), Edukators (04), Mar Adentro (04), Senhor das Armas (05), Os Infiltrados (06), Labirinto do Fauno (06), Volver (06), A Garota Ideal (Lars and the Real Girl, 07), Senhores do Crime (07), The Visitor (07), Foi Apenas um Sonho (Revolutionary Road, 08), O Lutador (08). Como escolher entre eles? Vou julgar pelo critério “filme que não me canso de assistir”, e o vencedor é... Pecados Íntimos (Little Children, 06), de Todd Field.

Melhor comédia: Adoro Um Grande Garoto (02), que é bem agridoce; a primeira metade de Borat (06) me faz rir um bocado, depois entra na mentalidade fratboy e desaba; Queime Depois de Ler (08) é uma delícia. E cada vez que revejo Prenda-me se For Capaz (02), mais eu gosto. Ah, e admito que adoro Escola do Rock (03). Mas a melhor mesmo deve ser Pequena Miss Sunshine (06).

Melhor Comédia Romântica: O Fabuloso Destino de Amelie Poulain (01). A primeira vez que vi o filme nem amei tanto assim. Tive de revê-lo numa viagem de ônibus entre Joinville e Florianópolis (com cenas impróprias para crianças, como aquela em que Amélie conta o número de casais fazendo sexo) para realmente me apaixonar por essa produção francesa de Jean-Pierre Jeunet, com a adorável Audrey Tautou. É também um feel-good movie. Simplesmente Amor (Love Actually, 03) e O Diário de Bridget Jones (01) ficam atrás, num gênero bastante gasto que também podia se chamar “Melhor Filme Fofinho e Meloso com o Hugh Grant”. Aí entra também a abertura gracinha de Letra e Música (07, veja aqui e fique com a musiquinha no seu cérebro por um mês. Mas vale a pena).

Feel good movie: Acho que Pequena Miss Sunshine e Amelie Poulain poderiam entrar aqui, mas vou ficar apenas entre dois: Mamma Mia (08) e Julie e Julia (09). Por coincidência, ambos são com essa atriz fabulosa chamada Meryl Streep. Julie eu vi recentemente e adorei, porque tá cheio de joi de vivre e de apetite (tanto sexual quanto de comida). Mas Mamma Mia é um musical com músicas da ABBA, e nada melhor pra sair cantando do cinema. É só a gente bloquear o trauma que é ouvir o Pierce Brosnan cantando.

Melhor filme catástrofe arrasa-quarteirão: O Dia Depois de Amanhã (04). Sem concorrência. Tá certo que este é geralmente o tipo de filme indigno em que tudo o que conta é como a Estátua da Liberdade e a Casa Branca serão destruídas. Mas Dia é excepcional, até por ser ecológico e bem de esquerda. É antológica a cena em que os americanos tentam emigrar pro México, e os mexicanos fecham suas fronteiras até que o governo dos EUA perdoe a dívida externa dos países latino-americanos. E toda vez que eu passo frio me vem à mente as imagens dos quartos ficando congelando. E tem um navio com lobos fugidos do zoo no meio de Nova York. Ah vai, o que mais se pode querer? O Dennis Quaid bonitão? Tá lá também!

Melhor documentário: No ano em que morei nos States pude ver dúzias de documentários, entre eles Jesus Camp, Capturing the Freedmans, e Bigger, Stronger, Faster, todos excelentes. Documentários políticos como Uma Verdade Incoveniente, A Corporação, e A Névoa da Guerra também fizeram sucesso, assim como Supersize Me (04). No Brasil, o melhor deve ser Ônibus 174. Mas o grande documentarista dos nossos tempos é mesmo Michael Moore. Tiros em Columbine e Sicko: SOS Saúde são ótimos e divertidos, mas nunca um cineasta se engajou tanto pra influenciar uma eleição como em Fahrenheit 11 de Setembro (04). Moore não foi vitorioso (Bush foi reeleito), mas deixou o seu recado. É o doc da década.

Ação: Os dois primeiros Jason Bourne, Identidade Bourne e Supremacia Bourne (nunca sei qual é qual) são bárbaros, com um ritmo que não deixa a peteca cair. Não gosto tanto do terceiro, Ultimato Bourne, mas tá cheio de cenas incríveis também. Os dois primeiros têm perseguições de carro e lutas pra ninguém botar defeito, além de uma interpretação sensível do Matt Damon. E, se tudo isso não fosse suficiente, ainda serve como uma das piadinhas internas que tenho com o maridão. Jason está num bar, e desconfia que pode ser um agente super treinado quando, só de olhar, descobre que uma mulher brigou com o marido, o que um carinha comeu, que outro foi despedido do emprego... Isso tudo só de observar. E aí eu viro pro maridão e pergunto: “E você, sabe que dia é hoje?”

Mas óbvio que:
Melhor luta da década: Viggo Mortensen nu, numa sauna, em Senhores do Crime (07).

Gag individual: Jim Carrey abrindo a sopa de tomate como se fosse o Mar Vermelho em Todo Poderoso (2003) (trailer aqui).

Vilão: Tá entre o Coringa do Heath Ledger e o Chigurh do Javiem Bardem em Onde os Fracos Não Têm Vez. Fico com o segundo. Ambos são fantásticos, mas Chigurh é mais original.




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