Merkel e a direitização da Europa
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Merkel e a direitização da Europa


Elena Ospina/
Por Altamiro Borges

Angela Merkel, a chefona das políticas de arrocho fiscal e desemprego na Europa, venceu com folga as eleições deste domingo (22) na Alemanha. Há oito anos no poder, ela conquistou o terceiro mandato como chanceler da principal economia do velho continente. Sua aliança conservadora, formada pelo CDU (União Democrata Cristã) e CSU (União Social Cristã), obteve mais de 41% dos votos. O resultado confirma o triste processo de direitização na zona do euro, no qual a maioria dos países é governada por representantes da oligarquia financeira.

A chefona neoliberal ainda terá que montar o seu governo no sistema parlamentarista que vigora no país. Principal parceiro de Angela Merkel na atual gestão, o FDP (Partido Liberal-Democrata) obteve apenas 4,8% dos votos e não ultrapassou a cláusula de barreira (5%). Isto obriga a premiê a buscar aliados nos partidos de centro, como os Verdes e o SPD (Partido Social-Democrata). As diferenças programáticas não são impeditivas, já que todas as principais legendas da Alemanha se tornaram reféns dos rentistas, mas forçam algumas negociações de bastidores.

A coalizão direitista conquistou 311 cadeiras no parlamento, cinco a menos do que o necessário para formar maioria absoluta. Peer Steinbrück, líder da domesticada socialdemocracia, já anunciou que está disposto a integrar o novo governo. Ele inclusive já serviu à neoliberal Angela Merkel como ministro das Finanças no seu primeiro mandato. “É um super-resultado. Vamos fazer tudo para que os próximos quatro anos sejam tão bem-sucedidos quanto os últimos quatro", festejou a chanceler reeleita.

Os trabalhadores da Europa que se cuidem! Haverá mais desemprego, arrocho salarial e regressão nos direitos sociais. Os protestos que agitam o velho continente desde 2011 - com as explosões juvenis no Reino Unido, a "revolta dos indignados" na Espanha e as combativas greves na Grécia e Portugal - não conseguiram ainda produzir alternativas para a superação da barbárie capitalista. A Europa afunda numa profunda crise econômica, tornando-se um "estado de mal-estar social", e a direita rentista insiste em manter este projeto regressivo e destrutivo.

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