Por Altamiro Borges
Numa surpreendente matéria publicada neste sábado (18), a Folha revelou que uma das figuras mais escrotas da internet brasileira – o advogado Fernando Gouveia, mais conhecido pelo ridículo apelido de "Gravataí Merengue" – recebe um mesada de R$ 70 mil do governo tucano de São Paulo. A grana do cofre público é usada para alimentar blogs e ações nas redes sociais que têm como único objetivo caluniar a presidenta Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula, o PT e as forças de esquerda. Até agora, o governador Geraldo Alckmin, com o seu estilo de picolé de chuchu, são explicou o "mensalão" pago ao mercenário. Já o restante da mídia, em especial as emissoras de televisão e rádio, evitou repercutir a gravíssima denúncia, que inclusive merecia a abertura imediata de um processo criminal.
Segundo a reportagem, o jagunço midiático é proprietário da Appendix Consultoria, empresa criada em janeiro de 2013, e que passou a receber em junho do mesmo ano pagamentos da Subsecretaria de Comunicação do governo Alckmin, órgão vinculado à Casa Civil do Estado. Ainda de acordo com a Folha, a Appendix foi subcontratada pela Propeg, uma das três agências de publicidade que cuidam da propaganda do governo estadual, e recebeu R$ 70 mil por mês de outubro de 2014 a março deste ano – ou seja, o caluniador profissional já garfou R$ 420 mil dos cofres públicos.
Os fieis seguidores do "blogueiro" Fernando Gouveia – típicos "midiotas" que acreditam em tudo – devem estar revoltados com a Folha e preocupados com o futuro do seu ídolo. Se fosse um país sério, o sujeito poderia até ser preso pelas centenas de calúnias que já postou na internet. Se fosse um país sério, o governador tucano Geraldo Alckmin e seu secretário da Comunicação seriam chamados para prestar esclarecimentos. Se fosse um país sério, a mídia iria mais a fundo nas investigações deste e de outros mercenários que são financiados pelo governo tucano. Se fosse um país sério, o ministro da Justiça, o "republicano" José Eduardo Cardozo, acionaria imediamente a Polícia Federal para apurar a escandalosa usina de mentiras e calunias existente no Brasil. A tendência, porém, é que o caso caia rapidamente no esquecimento. A própria Folha tucana vai arquivar a denúncia, como sempre faz!
Diante da revelação do "mensalão" pago ao cibertucano, o próprio Fernando Gouveia divulgou uma nota em que procura se defender. Ela é ridícula, patética. A melhor resposta à defesa do mercenário foi dada por Paulo Nogueira, no imperdível blog Diário do Centro do Mundo – que reproduzo abaixo:
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O editor do Implicante deve achar que somos todos imbecis
Por Paulo Nogueira
Fernando Gouveia, ou Gravataí Merengue, deve achar que somos todos imbecis.
Com argumentos falaciosos e patéticos, ele tenta justificar o injustificável: o mensalão que seu site, o Implicante, recebe do governo Alckmin, por intermédio da agência Propeg.
Revelada essa mamata monstruosa, ele conseguiu dizer que o caso se enquadra numa tentativa de tentar coibir as vozes antipetistas na internet. Quer dizer: se fingiu de vítima.
Ora, Merengue: a questão aí é impedir canalhices como as que vocês publicam (ou publicavam) rotineiramente.
Num mundo menos imperfeito, Merengue estaria já na cadeia, tais e tantas calúnias espalhou contra o PT, Lula e Dilma.
Mas o mundo é como ele é, e então temos que suportar as explicações ridículas de Merengue.
A farsa começa já na apresentação do site.
“Não somos jornal, não usamos concessão pública, nada disso.”
Sim. Usam 70 mil reais, ao mês, do dinheiro do contribuinte.
Alckmin sabia desse conteúdo? Eis uma pergunta que deve ser respondida em algum momento.
Porque o Implicante é um golpe baixo, sujo, desleal.
Desinforma, manipula, calunia, mente o tempo todo.
Ainda na apresentação, o editor diz que você não vai gostar do conteúdo caso seja “do governo, alguém por ele contratado ou apenas um militante”.
O asco provocado pelo Implicante vai muito além disso. Ele provoca repulsa em qualquer pessoa com um mínimo de apreço à verdade e à decência.
O site esteve fora do ar algumas horas hoje, e isso fez circular o rumor de que fora desativado.
Gravataí, numa nota no próprio site, desmentiu.
Vai ser divertido observar os próximos movimentos do Implicante, se os houver.
Sites dessa natureza vivem da escuridão, das sombras – e não resistem a raios de sol que exponham suas entranhas.
“Vai começar a brincadeira”: esta a derradeira linha do texto em que o editor introduziu o Implicante ao público.
Agora, é tempo de acrescentar o seguinte: acabou a brincadeira.
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