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MINHA PALESTRA SOBRE CIBERATIVISMO E FEMINISMO
Eu, Iza, Daiany, Ildete e Ricardo posando pra foto depois da palestra
Adorei ter ido pra Mossoró. Não foi tão encantador chegar lá em pleno apagão, mas depois tudo correu bem. Na manhã de sexta a Romine apresentou sua monografia sobre o blog Cem Homens (eu estava na banca), e à tarde palestrei sobre o tema proposto pela Dai, Ciberativismo e Feminismo. Todo mundo que conheci na UERN, entre alunxs e professorxs, sem exeção, foi um amor.
Eu tinha falado sobre essa palestra com algumas pessoas no Twitter, que me pediram pra colocar os prints aqui no blog. Bom, deu um trabalhão, mas aqui estão. Lógico que a lista está longe de ser exaustiva, até porque não tenho tempo de seguir muitos blogs. E também não sinto vontade de mencionar (nem bem nem mal) quem fala mal de mim pelas costas. Mas acho que a lista dá uma boa visão do barulhão que nós feministas fazemos na internet. Vamos a elas (desculpem os prints estarem tão pequenos. Por isso coloco o link pra cada blog citado. Foi nessa ordem que fiz a palestra).
Comunidades feministas no Orkut existem faz um tempão, e atraem milhares de pessoas. Que eu saiba, as comunidades mais conhecidas são a FeF (Feminismo e Feministas), com quase 12 mil membros, e a Feminismo e Libertação, mais radical e fechada. E, só pra gente rir dos machistas, comu de Homens Feministas tem quase 3 mil membros (bem mais que qualquer página mascu).
Eu não tenho Facebook, então conheço muito pouco o que acontece lá. Mas lógico que há dezenas (centenas? milhares?) de páginas feministas no FB. Escolhi esta da Femica - Feministas do Cariri porque adoro o logotipo (o símbolo feminista com um chapeuzinho de cangaceira), e porque é bom pra mostrar que o ativismo não está restrito aos grandes centros do Sudeste. E esta da 8a Ação Lésbica do DF, que escreveu um guest post pra cá em agosto, falando da violência doméstica entre lésbicas.
Confundo o Machismo Nosso de Cada Dia com o Machismo Chato de Cada Dia. Pelo que entendi, o Machismo Nosso só está no Facebook. Conheci suas idealizadoras na palestra organizada pela Marcha das Vadias SP. Elas são responsáveis por esta intervenção inspiradora.
Pra ilustrar ativismo no Twitter, peguei apenas um exemplo, o da Cynara Menezes. Que não está restrito a feminismo. Aliás, nem sei se ela se assume feminista. Mas seu twitter é ótimo, movimentado, com muitxs seguidores.
Há uma série de sites feministas que são agregadores de notícias. Funcionam como uma espécie de clipping sobre assuntos feministas, e são excelentes e necessários. Alguns exemplos são a Agência Patrícia Galvão e o Cfemea (Centro Feminista de Estudos e Assessoria). Obs: A Priscila informa que o Cfemea só tem artigos originais, ou seja, não é clipping.
A Universidade Livre Feminista oferece, além de notícias e livros e textos para baixar, cursos grátis sobre feminismo. E a Marcha Mundial das Mulheres, que fazem um ativismo importante nas ruas, têm sua versão online.
Tive a oportunidade de estar numa mesa ao lado de uma participante do Católicas pelo Direito de Decidir, e desde então virei fã desta organização feminista pró-aborto e pró-Estado laico. Já o ótimo Geledés Instituto da Mulher Negra é referência no ativismo negro.
Há vários blogs coletivos feministas. Talvez o mais conhecido seja o Blogueiras Feministas, prestes a completar dois anos. Acompanhei a criação do blog, e fico agradavelmente supresa que ele se mantenha com atualizações diárias (porque é comum um coletivo começar cheio de entusiasmo e, depois de um tempo, esse entusiasmo esmorecer. Isso definitivamente não aconteceu com o BF). Outro coletivo menor e mais recente é o Machismo Chato de Cada Dia.
Há muitos blogs coletivos feitos para dar suporte ao seu ativismo fora das redes, nas ruas. A Marcha das Vadias pode acontecer apenas uma vez por ano, mas as atividades continuam durante todo o ano. Destaco o Marcha das Vadias DF. O Movimento Mães de Maio é um grupo de mães da periferia de SP que busca justiça para seus filhos, mortos em 2006 por policiais, num massacre que matou cerca de 500 pessoas pobres e negras (parte deste massacre covarde virou filme).
Não sei exatamente quantas feministas fazem o Slut Shaming, um tumblr bem-humorado dedicado a apontar exemplos de tentativas de "culpar vadias". Ou seja, não faltam atualizações. Já as feministas do Ativismo de Sofá pegaram um termo pejorativo ("isso que vcs feministas da internet fazem é ativismo de sofá!", como se o ativismo cibernético não fosse importante) e transformaram num blog muito bacana.
Toda vez que eu cito o Biscate Social Club, só o nome já rende boas risadas. Embora eu não acompanhe tanto o blog, sei que ele trata do empoderamento através da sexualidade. O Mamíferas não é um blog declaradamente feminista, assim como grande parte da blogosfera materna. Mas não dá pra lidar com temas como amamentação em público, violência obstétrica, parto humanizado, e o direito das mulheres ao próprio corpo sem ser feminista, dá? Há vários blogs de ativismo materno por aí (alguns linkados nos blogs que recomendo), e o Mamíferas é o mais radical, no bom sentido.
O transfeminismo era um tema que raramente entrava na pauta de blogs feministas até pouco tempo, mas hoje está aqui pra ficar. É o feminismo ligado a questões trans*. O blog Transfeminismo traz boas explicações. O Duas Fridas não é bem um blog coletivo (é feito por duas pessoas), mas existe desde 2004. E, como tantos outros, é um blog que foi se tornando feminista com o tempo.
Agora falando de blogs individuais, conheço o blog da Cynthia Semíramis desde que comecei o meu blog, há quase cinco anos. Ela é uma advogada e agora estudante de Ciências sociais em Belo Horizonte, e uma das criadoras do Blogueiras Feministas. A Maria Frô é uma blogueira e tuiteira agitadíssima e influente, ligada a vários movimentos sociais de esquerda.
A principal razão do sucesso do Blogueiras Feministas é a Srta. Bia, que mantém o Groselha News faz um tempão. Outra que foi se tornando mais feminista com o tempo. A Valéria, outra mulher arretada de Brasília, é responsável pelo Shoujo Café, que fala de mangás, quadrinhos e filmes sob um viés feminista.
O Quem o Machismo Matou Hoje e o Maria da Penha Neles são dois blogs mais temáticos, feitos por blogueiras que eu não conheço.
Que eu me lembre, o Aquela Deborah e A Vida sem Manual começaram na mesma época que meu bloguinho. Como a Deborah é vegana, ela faz algumas ligações muito interessantes entre veganismo e feminismo (e também críticas pertinentes sobre como as universidades devem acolher quem vem das escolas públicas da periferia). A Patricia do Vida fala de vários temas, nem todos feministas.
O Contos e Notas da Aline surgiu faz pouco tempo, eu acho, mas ela já fez pelo menos um post que circulou por todo canto. O Cem Homens, da Letícia (na realidade, Nadia), existe desde fevereiro do ano passado (eu só descobri em julho de 2011), e mudou muito de lá pra cá. Continua sendo um dos blogs feministas mais acessados.
Maíra Kubik, jornalista e professora universitária na UFBA, escreve (bem) na blogosfera há vários anos, fazendo parte inclusive da grande mídia (Uol), e recentemente mudou de endereço para o território de maíra. Não sei exatamente quando a Feminista Cansada começou, nem quem é ela, mas seu tumblr é incrível. Outro dia ela foi descrita como "uma feminista famosa" e ficou surpresa.
O Como uma Feminista se Sente Quando... é outro jeito de fazer ativismo com poucas palavras e muito humor.
Depois de falar um pouquinho de todos esses blogs, tumblrs, sites, páginas no FB e perfis no Twitter, desandei a falar sobre o meu bloguinho. Mas acho que passei uns dois terços da palestra citando esses blogs que não substituem o ativismo de carne e osso, e que mesmo assim são imprescindíveis pra divulgar o feminismo.
Esta quarta estarei dando uma outra palestra, esta aqui mesmo na UFC. Apareça!
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