MINHAS DÚVIDAS SOBRE A BRASILEIRA NA SUÍÇA
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MINHAS DÚVIDAS SOBRE A BRASILEIRA NA SUÍÇA


Eu tenho dúvidas sobre a versão da brasileira atacada por skinheads na Suíça. A cobertura está sendo desastrosa, e até agora não ouvimos diretamente a moça. Mas quando o pai tenta mudar o foco, é porque ele mesmo tem motivos pra duvidar. Primeiro ele disse que podia provar a gravidez; agora diz que não sabe onde procurar e que este não é um fato importante. Mas é, sim. Se a gravidez for mentira, o caso desmorona, até porque o que chamou mais a atenção foi que ela perdeu os bebês.
Gravidez psicológica não é algo incomum. A barriga realmente cresce (e a barriga da moça parece mesmo a de alguém com três meses de gravidez). Mas gravidez psicológica de gêmeas?! Isso é novidade pra mim. Pra ela saber que estava grávida de gêmeas, teria que ter feito algum exame. Onde estão esses exames? Ainda que ela deva ser tratada como vítima, não como acusada, seria importante providenciar essas provas. Pra mim, existem três hipóteses: uma, que tudo tenha acontecido exatamente como ela falou (três skinheads a atacaram, ela perdeu os bebês). A segunda, que ela não estava grávida e que sua gravidez havia sido psicológica. A terceira, que ela estava grávida mas perdeu os bebês, por algum motivo. Uma foto mostra que ela estava feliz com a gravidez, e a família e os amigos confirmam isso. Logo, a hipótese de que ela abortou de propósito parece ridícula (inclusive porque o aborto é legalizado na Suíça; a moça não precisaria de desculpas pra abortar, se quisesse). Mas digamos que ela teve um aborto espontâneo. Eu tenho várias amigas que perderam o bebê no início da gravidez, e é sempre algo triste, inclusive porque a mulher tem que contar pra todo o círculo de amizades que não está mais grávida. Pessoalmente, nunca ouvi falar de uma mulher inventar uma história para “justificar” um aborto espontâneo. Até porque todo mundo é solidário com mulheres que perdem o bebê.
Qual seria o motivo de Paula? Ela estava na Suíça legalmente, tinha um bom emprego, namorava. Seu noivo até agora falou muito pouco, mas ele afirma acreditar nela e diz que estava muito feliz com sua gravidez. Se não fosse verdade, por que ela inventaria tudo isso? Além do mais, pra mim sua história está bem contada: ela estava falando em português pelo celular com a mãe (cadê a mãe, que não confirma isso? Cadê o pessoal do escritório onde a moça trabalhava, pra dizer como era seu comportamento ao deixar o trabalho naquela noite?), e três neonazistas a atacaram. A gente sabe que ataques assim são bem frequentes na Europa. Mas a perícia suíça acha que ela se automutilou, já que as letras estão muito nítidas e ao alcance da mão. Há divergências. Primeiro que houve relatos de marcas nas costas (onde as mãos não alcançam). Depois que, pra alguém se autoflagelar, precisa estar muito abalada. E ela seria capaz de fazer cortes tão perfeitos estando nervosa? (é diferente se dois caras a estão segurando, pô). Ao mesmo tempo, tem um S do PSV em sua barriga que parece estar invertido, e isso salta à vista.
Lógico que nada justifica o que a imprensa suíça vem falando do Brasil: que os nossos jornais costumam inventar fatos que prejudicam a vida das pessoas, que as brasileiras vivem inventando uma gravidez pra pressionar os companheiros, e que nosso país é um dos mais xenófobos do mundo. O partido de extrema direita se dizer ofendido, então, é ridículo. Até parece que o PSV não instiga ódio contra os imigrantes. Foi desse jeitinho que ganhou as eleições. Se os suíços querem limpar sua imagem de país xenófobo, deveriam ter muito mais cautela ao falar da gente.
Há ainda uma outra questão, que é a responsabilidade da Globo. Foi ela que começou toda a cobertura. Será que se precipitou? Será que poderia ter investigado um pouquinho mais antes de fazer um escarcéu com a notícia? O governo brasileiro, a meu ver, não tem culpa alguma. Qualquer governo de qualquer país numa situação dessas se declararia ultrajado e pediria rigor nas investigações. De todo modo, apesar das minhas dúvidas, tenho mais motivos pra crer na moça que na polícia suíça. E vou ter um troço se os machistas de plantão usarem esse caso pra desacreditar todas as mulheres. Como todo mundo, eu também quero esclarecimentos.




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