Miolo mole com Sangue de Bois
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Miolo mole com Sangue de Bois



Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

Deu no Estadão: “O governo brasileiro quer tornar o vinho importado mais caro ou retirá-lo da prateleira como forma de proteger a indústria nacional. Após analisar as compras nos últimos anos, o governo concluiu que as importações causaram um ‘prejuízo grave à indústria doméstica’ e decidiu abrir uma investigação para imposição de salvaguarda, a medida comercial mais dura no âmbito da Organização Mundial de Comércio (OMC), cujo resultado prático será a imposição de uma quantidade máxima de vinho importado ou aumento dos tributos cobrados na aduana”.

É assim que funciona a mentalidade mercantilista do governo atual. Tudo aquilo que gera superávit comercial é bom, e tudo aquilo que gera déficit é ruim. Importar é ruim! É preciso “proteger” a indústria nacional, independente daquele velho conceito apontado por Adam Smith e David Ricardo: as vantagens comparativas. Quem liga para o detalhe de que a qualidade do vinho depende do solo e do clima? Se não podemos reproduzir as características climáticas do Chile ou de Portugal por decreto, ao menos podemos criar barreiras para seus produtos. Vamos logo produzir vinhos da Caatinga e criar uma reserva de mercado para eles!

O mercantilismo é antigo, e o Brasil já se fechou para o mundo em outras ocasiões, como na Lei da Informática, que condenou o país ao atraso tecnológico. Claro que impedir a importação de vinhos baratos não vai gerar efeitos tão graves à economia como um todo. Vai apenas prejudicar os consumidores, que serão obrigados a tomar cidra nacional como se fosse uma legítima Veuve Clicquot.

Os vinhos mais baratos são justamente os alvos prediletos do governo. Ou seja, os maiores afetados serão os mais humildes, que finalmente descobriam os prazeres de Baco. Em vez de beber um razoável Concha y Toro, vão ter de se contentar com um “Sangue de Bois” daqueles que deixa forte ranço na garganta. É o que dá ter Miolo mole e acreditar nesta baboseira de “interesse nacional” que, na prática, sempre serviu para beneficiar alguns poucos empresários “amigos do rei” em detrimento de milhões de consumidores. Bebamos à estupidez, marca registrada da cultura nacional. Tim-Tim.




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