Reportagem: Paulo César Gomes- Fotos: Farol de Notícias/ Alejandro Garcia
Dando sequência a nossa série de reportagens ?Histórias Perdidas de Serra Talhada?, apresentaremos hoje um dos capítulos mais surpreendentes deste trabalho de pesquisa. Com imagens feitas pelo repórter fotográfico do FAROL, Alejandro Garcia, e com informações repassadas pelo Secretário de Agricultura Familiar, Zé Pereira, faremos uma viagem pela pré-história da nossa região.
O nosso encontro com esse passado desconhecido aconteceu na Pedra do Letreiro, que fica no assentamento Poldrinhos, a pouco mais de 30 km do centro de Serra Talhada. É no alto de um serrote, mas precisamente no teto de um das pedras mais imponentes, que encontramos algo precioso e fascinante: as pinturas rupestres.
As pinturas se encontram em dois pontos distintos da pedra, um ponto que provavelmente serviu de abrigo para os homens primitivos. Os detalhes sobre o período e que tipo de grupo habitou a região só podem sem fornecidos por um arqueólogo, mas ainda assim, mesmo com nossos conhecimentos limitados, é possível dizer que se tratam de registro pré-históricos.
As pinturas foram localizadas pelo secretário Zé Pereira, em 2001, na área localizada no assentamento e que foi desapropriado pelo INCRA. ?Passamos mais de uma semana, dia e noite, mapeando toda região, quando nos deparamos com essa maravilha?, relata com orgulho Pereira. Uma das primeiras providências, segundo ele, foi de que os moradores não alterassem o local e evitassem qualquer tipo de vandalismo.
Infelizmente, assim como muitas outras coisas da cidade, a Pedra do Letreiro é mais um ponto esquecido e que deveria ser usado com ponto de estudo e de pesquisa por estudantes e professores de universidades e de escolas do ensino fundamental e médio.
No entanto, o fato de não existir um projeto público para proteger as pinturas, evidência o descaso com um importante sítio arqueológico do Sertão do Pajeú.
PATRIMÔNIO ABANDONADO
Enquanto a nossa história e a nossa cultura ainda é vista com olhar retrógrado e superado, a potencialidade turística e econômica do local deixa de ser aproveitado. Isso porque os moradores poderiam ser treinados para serem guias e o antigo prédio da estação ferroviária, poderia servir com um centro de estudo e exposição de fotos e possíveis fósseis que existam no local.
?Já fizemos vídeos e fotos das pinturas e mandamos para as emissoras de TV da região e ninguém até agora se interessou em divulgar essas pinturas. Agora com essa reportagem do FAROL DE NOTÍCIAS, esperamos que as pessoas de bom senso possam, de fato, nos ajudar a explorar o local sem agredir a natureza e sem alterar esse importante ponto histórico da nossa região? destacou com alegria o secretário Zé Pereira.
Publicado no portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 14 de junho de 2015.