Geral
No frio da economia - MIRIAM LEITÃO
O GLOBO - 31/05
O IBGE confirmou ontem a frieza da economia com a divulgação de alta de apenas 0,2% no PIB do primeiro trimestre. O ano até aqui está sendo fraco, com muitas incertezas tirando o ânimo do empresário para investir e do consumidor para consumir. Mesmo sendo ano de Copa do Mundo no Brasil, ainda não deu para sentir o efeito positivo na atividade econômica.
Não é só nos números macroeconômicos que se percebe a perda de fôlego do país. Quando se olha no micro, numa conversa com uma empresa, por exemplo, se tem noção mais clara desse divórcio entre o potencial de crescimento e a conjuntura. Um exemplo: apenas 2% dos lares brasileiros possuem lava-louças, somente a metade tem lava-roupas e 60% ainda estão equipadas com geladeiras convencionais, que precisam descongelar. O espaço para vendas é enorme, principalmente no Nordeste e Centro-Oeste. Mesmo assim, a Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul, e a Electrolux anunciaram férias coletivas esta semana.
Em conversa com a coluna, a Whirlpool afirmou que mantém a projeção de investir R$ 500 milhões este ano e lançar 180 novos produtos, 10% a mais que em 2013. Mas enfrenta o baixo crescimento do PIB, o aumento menor do poder de compra, a inflação alta e o encarecimento do crédito. No primeiro trimestre, a empresa teve queda de 5% nas vendas de eletrodomésticos, sobre o mesmo período de 2013. A chegada da Copa do Mundo e os feriados do mês de junho ajudaram a tomar a decisão de interromper parte da produção.
- A parada na fábrica de Manaus sempre acontece nesta época do ano, mas a de Rio Claro, no interior de São Paulo, não. Ela fabrica geladeiras e fogões e houve uma redução de demanda de 15% este ano, maior do que havíamos projetado. Além da desaceleração econômica, há o efeito Copa do Mundo, que favorece a compra de outros eletrodomésticos e provoca feriados - explicou o presidente da empresa, Enrico Zito.
As previsões de vendas da companhia para o ano variam de queda de 3% a alta 3%. É a incerteza da economia, e está difícil pensar 2015 também. Há muita dúvida sobre o custo da energia. Zito estima que o aumento mínimo deve ser de 20%. A boa notícia é que a empresa ouve meteorologistas que asseguram que o próximo verão será chuvoso.
- Energia elétrica é uma incógnita para o futuro. Isso se soma a vários outros tipos de custos em alta para a indústria, como salários, serviços dos mais variados tipos, combustíveis, fretes, e ainda há a pressão residual do câmbio, que se desvalorizou muito nos últimos dois anos. O repasse é feito de forma gradual. Não há aumento de produtividade que compense isso tudo - disse.
O quadro é o mesmo em outras empresas. Os empresários veem um enorme potencial de crescimento, mas acham que o curto prazo está difícil. Não é por acaso que dois dos principais índices que medem a confiança estão em baixa. O Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em pesquisa com mais de 2.500 empresas, caiu para 48 pontos em maio, o nível mais baixo dos últimos cinco anos. Índice semelhante, apurado pela FGV, caiu a 91,2 pontos, o menor número desde junho de 2009.
O crescimento do PIB foi pequeno no primeiro trimestre. Mas pior do que o 0,2% de alta é a taxa de poupança baixa demais: 12,7% do PIB é muito pouco e não sustenta o necessário aumento da taxa de investimento. Nos dados micro, em visitas às empresas, se vê o que informam os índices dos institutos. Há baixa expectativa em que o país possa, a curto prazo, retomar um crescimento vigoroso do PIB.
-
Ar Quente - Miriam LeitÃo
O GLOBO - 01/03 Mais do que o risco de racionamento, o que preocupa as grandes empresas é a alta do custo da energia contratada para o ano que vem. O vice-presidente da Whirlpool, Armando Valle, faz cálculos que dão números espantosos de aumento desse...
-
Em Desaceleração - Miriam LeitÃo
O GLOBO - 14/02 O comércio varejista de dezembro teve uma queda pequena, mas confirma que o cenário ficou mais negativo para o PIB. Hoje, sai o IBC-Br de dezembro. No dia 27, o IBGE divulga o PIB do quarto trimestre. As previsões são de um resultado...
-
Começo Difícil - MÍriam LeitÃo
O GLOBO - 08/02 O ano de 2014 não começou bem para a economia brasileira. Foram muitos indicadores ruins seguidos, e o momento da economia internacional é de incerteza. Mas o ano está só começando e novos números virão, podendo trazer algum alívio....
-
Bc Enfrenta A Inflação - Miriam LeitÃo
O GLOBO - 30/05O Banco Central escolheu combater a inflação a tentar preservar o crescimento que, durante o dia, teve um número decepcionante. Foi uma atitude corajosa que provocará muitas críticas dos empresários e dentro do governo, mas o que...
-
Cenário Incerto Da Economia, Indústria Reduz Planos De Investimentos
O cenário incerto da economia, marcado por baixo crescimento do mercado doméstico e das exportações, provocou uma piora nas intenções de investimento da indústria. Pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp),...
Geral