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NOSSAS FÉRIAS PELO NORDESTE
Segunda cidade em que paramos: Touros, RN Vou escrever uns posts sobre minhas breves férias pelo Nordeste e publicá-los no domingo porque ninguém lê blog no domingo mesmo, e porque é um jeito de lembrar. Eu só lembro das férias no sul do Sul porque escrevi várias crônicas sobre elas. Mas, desta vez, temos fotos! O princípio é sempre o mesmo: pegar o carro e sair por aí sem destino. Só que pode haver problemas. Talvez não haja vaga em pousada se você chegar numa cidade badalada numa sexta ou sábado de janeiro. E reservar quarto vai contra a ideia da viagem, pois você não tem certeza de quanto tempo ficará em cada lugar, nem onde ficará. Se bem que nada contra tecer um trajeto básico.Mais uma foto de Touros. Mas falta pra chegar lá Eu e o maridão saímos de Fortaleza no dia 10 (voltamos no dia 23), e já de cara houve um conflito. Era pra pegar a CE040, e o maridão se enganou e pegou a BR116. Ele jura que eu surtei: “Ahhhh! Pensei que pelo menos você soubesse o caminho pra sair de Fortaleza!”. Mas eu nego de pés juntos, claro. Ah sim, antes de começar, preciso dizer que não dirigi desta vez. Não dirijo desde que cheguei a Fortaleza, dois anos atrás. Primeiro porque raramente preciso (vou andando pra faculdade), e depois que o trânsito parece muito mais maluco aqui que em Joinville (o pessoal buzina por qualquer coisa, entra na frente etc). Mas acho que a gente não se esquece de como dirigir. E dirigir na estrada é muito mais tranquilo que numa cidade engarrafada. Porém, como nesta viagem preferimos não ir muito longe (só de Fortaleza a João Pessoa, que dá uns 700 km), e andar apenas uns 150, 250 km por dia, o maridão dirigiu o tempo todo. Com uma valiosa co-piloto com um mapa na mão, óbvio!Nossa primeira parada foi Canoa Quebrada, que nenhum de nós conhecia (e é o segundo maior destino turístico do Ceará, só perde pra capital). Já era tarde, umas duas horas, e fomos comer num restaurante que servia pizza no almoço. Eu tinha anotado o nome de três pousadas que pareciam menos caras. Ai meu deus, outro adendo: tínhamos comprado o Guia Quatro Rodas (R$ 30, vem com mapa) e fiquei muito decepcionada. O guia traz um olhar, sei lá como dizer isso, sãopaulocêntrico. Praticamente só contempla pessoas saindo de SP. Tem muitas cidades que nem aparecem no mapa (no mapa! Não estou nem dizendo de não aparecer no guia), e os hotéis, pousadas e restaurantes comentados são os mais caros, sempre. Eu tinha visto no guia, antes de sair de Fortaleza, as pousadas menos caras indicadas pelo guia (entre 100 e 120 reais a diária pro casal). E perguntamos no restaurante em que comemos a localização de uma ou outra dessas pousadas. Mas o pessoal que trabalha no restaurante recomendou uma outra, e lá fomos nós. Estava mais escondida, mais longe da praia. Custava R$ 80. A pousada é linda, linda. Não lembro o nome completo, era alguma coisa “do Suíço”, já que os donos são um suiço e uma baiana (que não estavam lá). A pousada está à venda. O preço? 500 mil reais. É pequena, são só cinco quartos, mas tudo muito bem ajeitado. Há uma mini-cozinha com pia e geladeira (não frigobar) em cada quarto. E foi o único lugar em que ficamos que teve o cuidado de telar todas as janelas e frestas. O quarto era ótimo, com teto altíssimo. Só não entendemos um barbante pendurado em cima da cama. Minha hipótese é que algum dia aquele barbante fora um fio de luz. Ok, hipótese fraquinha, mas quer ouvir a do maridão? Segundo ele, era uma forca à la Um Sonho de Liberdade (lembra que os ex-presidiários velhinhos se enforcavam? Minha hipótese não é melhor?). Nosso quarto em Canoa. Não dá pra ver o barbante direitoAcabamos ficando dois dias em Canoa, graças à pousada. Devo confessar que gostamos mais da piscina da pousada que do mar da praia de Canoa. Foi o pior mar da nossa viagem. Não que tivesse ondas de afogar Lolinhas (não chegava a tanto), nem que não fosse limpo. Apenas era meio distante de onde estávamos e não tão atraente. Mas Canoa tem ótima infraestrutura. A rua principal, a Broadway, é cheia de restaurantes e lojinhas, e me lembrou a Rua das Pedras, em Búzios. Acabamos não vendo a famosa falésia com o símbolo de Canoa, e nem andamos de bugue (não pareceu confortável). Ficamos mais na pousada mesmo. E, se dependesse do maridão, teríamos ficado as duas semanas restantes lá. Sério mesmo, ele queria que a viagem parasse por ali (também pesou na sua vontade o fato de na pousada haver uma árvore com mangas maduras). Meu coração balançou, mas eu insisti em prosseguir. Um dos argumentos foi que, até então, a pousada era só nossa, mas no dia seguinte chegariam dois casais suíços com crianças. O maridão aceitou minha lógica e seguimos viagem.Adeus, bela pousada em Canoa Quebrada, CESó que o terceiro dia foi o pior da nossa jornada. É assim: as estradas estão ótimas, e o Ceará é bem sinalizado. Só que, entrando no Rio Grande do Norte, cadê as placas? Nossa intenção era ir pra Macau. Não conseguimos chegar lá por falta de sinalização. Aí pensamos: ok, Galinhos (que é super recomendada). Nada. A gente se perdeu legal naquele dia, fizemos um percurso enorme pela 406 (clique aqui pra ver o trajeto, a linha azul é a ida, a verde é a volta), e já estávamos quase desistindo e indo direto pra Natal, quando finalmente, numa cidade maior (porque, assim como no Sul, há quilômetros sem fim sem nenhum vilarejo, posto de gasolina, nada.Linha azul mostra como nos perdemos de Canoa Quebrada a Touros
A paisagem é linda, tem muitos rios. Mas tem que tomar cuidado com os animais na pista. Nunca vi tanto cabrito na vida –- eles são fofinhos!), João Câmara, perguntamos num posto como chegar a Touros. Se não tivéssemos perguntado, nunca chegaríamos lá, porque não havia uma única placa indicando. E, mesmo com a explicação dos frentistas, tivemos dúvidas. Porque pega-se um trecho bem longo de terra. Foi o dia em que o maridão mais dirigiu, tadinho. Chegamos a Touros com o sol indo embora. A cidade é bonita, mas não parece ter muita coisa (apesar de ser a que tem a melhor infraestrutura do litoral norte do RN). E a minha dúvida é legítima: como que alguém chega lá? Só perguntando pra frentista? Não, acho que os turistas vêm da direção de Natal pro litoral norte, de baixo pra cima (do oeste pro leste devemos ter sido os primeiros, verdadeiros desbravadores).Eu em árvore de Touros. Pausa pra fazer piadinhas com galhosAté porque perto de Touros fica São Miguel do Gostoso, que o guia aponta como “a nova queridinha do litoral potiguar”. Com esse nome convidativo, até eu! Depois vi num folheto turístico sobre o RN a origem do nome. Muito tempo atrás, os mascates passavam por lá e tratavam com um homem que tinha uma risada gostosa. Logo começaram a se referir ao local como “do gostoso”. Décadas depois, em plebiscito, a população quis incluir o nome da padroeira da cidade, São Miguel. Aí ficou São Miguel do Gostoso, esse sincretismo tão brasileiro que deve provocar arrepios no papa.Mas não foi desta vez que fomos a Gostoso. Touros é bem maior, e ainda assim é um vilarejo de pescadores. Dizem que o Brasil foi “descoberto” pelos portugueses em Touros, em 1501. Tem um marco disso, mas fica em Natal. Em Touros tem uma cópia (parece piada).Vista da frente da pousada para o mar, em Touros, RN Ficamos numa pousada em frente ao mar, por 90 reais a diária. A pousada era bonita, mas os quartos, não. Sabe aquele cuidado da pousada de Canoas em telar as janelas? Na de Touros não tinha disso. Havia uma janela que não dava pra fechar no banheiro e todas as formigas aladas grandonas da região vieram se hospedar no nosso quarto (mesmo mantendo a porta do banheiro fechada). Casal conhecido deste blog se beija em Touros
A manhã seguinte foi muito bem aproveitada em Touros. Passamos um tempão no mar (eu mais que o maridão, que saiu um momento pra fotografar... pedras), mais um tempão na piscina, arrumamos tudo e partimos pra Natal. Este post já está longo demais. Domingo que vem eu chego lá. Praia de Touros (com a maré alta) em frente à pousada.
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