O decreto antigreve do governo Dilma
Geral

O decreto antigreve do governo Dilma


José Cruz/ABr
Por Altamiro Borges

Diante da ampliação da greve dos servidores públicos federais, que já dura mais de um mês e paralisa 25 categorias, o governo Dilma Rousseff apelou para o pior caminho. Baixou o Decreto 7.777, publicado no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (25), que prevê a substituição dos grevistas dos órgãos federais por trabalhadores das redes públicas estaduais e municipais. A medida gerou imediata reação das centrais sindicais, que criticaram a postura antidemocrática do Palácio do Planalto.

CUT e CTB criticam a medida

Em nota oficial, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que representa a maior parte das categorias em greve, repudiou a guinada autoritária do governo. “Esta inflexão do decreto governamental nos deixa extremamente preocupados. Reprimir manifestações legítimas é aplicar o projeto que nós derrotamos nas urnas. Para resolver conflitos, o caminho é o diálogo, a negociação e o acordo. Sem isso, a greve é a única saída”, afirma a nota.

Wagner Gomes, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), também foi incisivo na crítica à iniciativa: “O centro deste decreto é a tentativa de mobilizar fura-greves contra os funcionários públicos... Esta é uma atitude antissindical, cujo objetivo é procurar trabalhadores substitutos aos grevistas para esvaziar suas lutas e, jogando trabalhador contra trabalhador, enfraquecer seu movimento. O governo age, desta forma, como um patrão capitalista”.

Precedente perigoso e inconstitucional

Pelo decreto, os ministros e os supervisores de órgãos públicos federais são orientados a garantir o funcionamento dos serviços nas áreas atingidas pela greve. A norma orienta a realização de parcerias com governos estaduais e municipais para substituir os grevistas temporariamente – até o fim da paralisação. A medida coloca em risco, inclusive, determinados serviços prestados à população, como na vigilância sanitária e na fiscalização das fronteiras, dos portos e dos aeroportos.

Além de abrir um precedente perigoso contra qualquer paralisação no setor público, o decreto fere o próprio princípio constitucional, que garante o direito de greve aos trabalhadores. Para manter a maldição do superávit primário, nome fantasia da reserva de caixa dos banqueiros, o governo Dilma rompe o processo de diálogo, mostra-se inflexível na negociação e apela para a intimidação e para o uso de fura-greves. Um absurdo, que cobrará o preço do desgaste político.




- Para A Mídia, Greve é Caso De Polícia
Marcello Casal Jr/ABrPor Altamiro Borges Após demonstrar total inabilidade, o governo Dilma retomou as negociações com as mais de 30 categorias do setor público federal em greve há mais de dois meses. Na próxima semana, várias assembleias definirão...

- Greve No Funcionalismo: Negocia, Dilma
Por Pedro Pomar, no blog Escrevinhador: A decisão do governo federal de endurecer com os funcionários públicos em greve, e abandonar a mesa de negociações, simulando conversas pontuais com uma ou outra categoria, é desastrosa qualquer que seja o...

- Governo E Mídia Atacam Grevistas
Por Altamiro Borges O governo Dilma até parece que segue as orientações da mídia privada para endurecer no trato com os servidores em greve – nas universidades federais há mais de dois meses; em outras repartições públicas, há um mês. Nesta...

- As Greves E A Maldição Do Superávit
Por Altamiro Borges Deflagrada em 11 de junho, a paralisação dos servidores de várias repartições públicas completou um mês nesta quarta-feira. Já a greve das universidades federais, aprovada em 17 de maio, completará dois meses na próxima...

- A Greve Geral Dos Servidores Federais
Por Altamiro Borges A greve dos docentes das universidades federais, iniciada em 17 de maio e que já atinge 51 instituições, pode ganhar importante reforço nesta semana. Entidades sindicais dos servidores públicos, filiadas à CUT, CTB e Conlutas,...



Geral








.