O fracasso da ?nova matriz econômica? - EDITORIAL O GLOBO
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O fracasso da ?nova matriz econômica? - EDITORIAL O GLOBO


O GLOBO - 20/07

Para se ter uma economia com baixo nível de atividade, inflação alta e resistente, além de perda de dinamismo externo, foi feito um trabalho meticuloso



A prévia da inflação de julho, dada pelo IPCA-15, foi de 0,07% contra 0,38% em junho. Confirma-se, assim, a esperada diminuição da pressão inflacionária neste início de segundo semestre. Em bases anualizadas, o IPCA volta a ficar abaixo do teto da meta (6,5%) ?, o que não significa que ele esteja ?dentro da meta?, na verdade, de 4,5%, com dois pontos percentuais a mais ou a menos.

Desanuvia-se um pouco o cenário econômico, dentro de sua mediocridade. O ministro Guido Mantega acha que a economia poderá crescer este ano entre 2,5% e 3%. Como ministro da Fazenda é um otimista profissional, chegar aos 2,5% será um resultado muito bom, depois do 0,9% de 2012. O front inflacionário, por sua vez, continua insolúvel, até onde a vista alcança. Na melhor hipótese, fechará o ano nas redondezas dos 6%, talvez um pouco abaixo, se tudo der certo, e não será muito diferente em 2014, quando a presidente Dilma encerrará o mandato sem ter alcançado a meta de 4,5% ? já elevada, até para os padrões de economias emergentes.

E há problemas pela frente, devido à contenção artificial de preços administrados ? combustíveis, tarifas de transportes, por exemplo. Um dia, mostra a própria experiência brasileira, estes preços terão de ser descomprimidos, por razões fiscais. Com um óbvio efeito na inflação.

No plano das contas externas, há a ameaça de um déficit comercial, o primeiro desde 2000. Existem, por trás desta previsão ? impensável há pouco tempo ?, efeitos da queda de cotações de commodities, provocada pelo desaquecimento chinês, e da incapacidade brasileira de, por meio da redução consistente do ?custo Brasil?, dotar a economia de capacidade de competição em outros segmentos, além das matérias-primas. Ao contrário, a reação tem sido o protecionismo defensivista. Não se irá a qualquer lugar por esta rota ? como também mostra a história da economia brasileira, rica em experimentos heterodoxos fracassados.

Todo este quadro pouco animador deriva de um meticuloso projeto ? hoje visivelmente fracassado ? de desmontagem da política do ?tripé? ? câmbio flutuante, metas rígidas de inflação e de superávit primário ?, substituído por uma ?nova matriz econômica?. Sem que esta mudança fosse assumida formalmente.

A operação-desmonte do ?tripé?, iniciada a partir do final do primeiro mandato de Lula, foi acelerada com Dilma na Presidência: queda de juros, sem maiores cuidados com a inflação e gastos públicos. O BC foi hábil em aproveitar o agravamento da crise europeia e cortar a Selic. Os exageros nos gastos e o turbinamento excessivo no consumo, somados ao desestímulo ao investidor privado devido a um intervencionismo preocupante do governo, produziram a atual conjuntura de baixo crescimento, inflação alta, escassos investimentos e pouco dinamismo exportador. O BC já começou a agir na luta contra a inflação. Falta o resto.




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