O impacto das faixas de ônibus em SP
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O impacto das faixas de ônibus em SP


Por Rodrigo Gomes, na Rede Brasil Atual:

A Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo divulgou estudo no fim de dezembro apontando que os 291 quilômetros de faixas exclusivas de ônibus reduziram em 38 minutos o tempo médio de viagem na capital paulista em 2013. Segundo o estudo, a velocidade média dos coletivos cresceu 45% se comparada ao período anterior à criação das vias exclusivas, indo de 16 para 20 quilômetros por hora. O índice apresenta equilíbrio com os dados apresentados em setembro, quando havia 160 quilômetros de faixas.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) considerou as velocidades médias praticadas nas faixas e, também, a situação do trânsito em geral, após a implementação das faixas. Foram realizadas cronometragens dentro dos ônibus e o impacto do aumento de velocidade sobre um universo de 3 milhões de usuários diários.

As faixas estão distribuídas pelas cinco regiões da cidade, sendo a maior extensão na zona leste, com 117,9 quilômetros (40,5% do total); seguida pela zona sul, com 76,4 (26,2%); zona norte com 40 (13,7%); mais 31,3 na região oeste (10,8%); e centro, com 25,8 (8,8). De acordo com o estudo, o custo da implantação das faixas em toda a cidade foi de R$ 15 milhões.

A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) iniciou a implementação das faixas exclusivas após as manifestações contra o aumento da tarifa de ônibus, em junho deste ano. A meta original era de 220 quilômetros. Neste ano deve ser iniciada a construção dos 150 quilômetros de corredores, do lado esquerdo das vias e com cobrança desembarcada – antes do acesso aos ônibus, como forma de diminuir o tempo de parada nos pontos e estações – prometidas pelo petista. Também serão iniciadas a avaliação da efetividade e de mudanças necessárias nas faixas existentes.

O estudo trouxe ainda dados sobre os congestionamentos na cidade entre os anos de 2011 e 2013. Segundo levantamento da CET, houve aumento de 7,6% nos índices de lentidão, entre 2012 e 2013. Entre os anos de 2011 e 2012, o aumento havia sido de 13,8%, quase o dobro. As médias de lentidão foram de 116 quilômetros (km) em 2011, de 132 km em 2012 e 146 km em 2013.

O aumento da lentidão, apesar de expressivo, contradiz a ideia de que as faixas exclusivas são diretamente responsáveis pelo aumento dos congestionamentos, já que ele foi menor na relação 2012-2013, quando as faixas foram implementadas, do que entre 2011-2012, sem criação de faixas exclusivas.

Os dados podem parecer discrepantes das notícias recentes de congestionamentos na cidade. O que ocorre é que alguns veículos de comunicação têm se utilizado do mapeador de trânsito da internet MapLink, parceiro do Google. As vias monitoradas pelo MapLink chegam a 2.179 quilômetros de extensão e abrange avenidas como Dona Belmira Marin, no Grajaú, extremo sul da capital, e Marechal Tito, no Itaim Paulista, extremo leste da cidade, entre as muitas que não entram nas avaliações da CET.

A CET monitora apenas 868 quilômetros de ruas e avenidas, aproximadamente 40% da capacidade do MapLink. O maior pico de congestionamento neste ano, segundo o órgão, foi no feriado de Proclamação de República, com 316 quilômetros. No Maplink, o registro foi quase o dobro: 764 quilômetros, no mesmo dia.


Queda nas reclamações
O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, apresentou também dados indicando queda de 19% nas reclamações sobre o transporte coletivo em 2013. Entre os meses de novembro de 2012 e 2013, o número de reclamações recebidas pela São Paulo Transportes caiu de 10.461 para 8.442. Segundo a SMT, a reorganização de linhas e o aumento da fiscalização, seriam responsáveis pela melhoria na qualidade do serviço e consequente redução nas reclamações.

Outro dado apresentado foi o aumento do número de usuários no sistema, que vinha caindo nos últimos anos. O maior número de passageiros foi percebido no mês de outubro, quando foram realizados 2,6% a mais de embarques do que no mesmo período de 2012. Em novembro, o crescimento chegou a 0,4%, ante novembro do ano anterior.

Tatto ponderou, no entanto, que ainda não se pode afirmar se este crescimento é decorrente somente da implantação das faixas exclusivas e da melhora na velocidade.




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