Geral
O ministro e as máscaras - ROGÉRIO GENTILE
FOLHA DE SP - 31/10
SÃO PAULO - Quatro dias depois de um coronel da Polícia Militar de São Paulo ter sido espancado covardemente por encapuzados, quase linchado durante um protesto, o ministro Gilberto Carvalho achou por bem passar a mão na cabeça dos tais "black blocs". Convidou-os para um "diálogo".
Ex-seminarista, instalado há dez anos no Palácio do Planalto, Carvalho disse que é necessário compreender o que chamou de "fenômeno social" para chegar à raiz do problema. Em sociologuês, afirmou que "é preciso entender até que ponto a cultura da violência vivida na periferia já emigrou para esse tipo de ação".
As imagens das agressões ao coronel da PM, disponíveis na internet, são reveladoras sobre o conceito de "ação" do ministro. Em meio a gritos de "pega, pega", o coronel Reynaldo Simões Rossi é cercado por um grupo de mascarados, que o agride na base da paulada. Tenta fugir, cai no chão, mas continua a apanhar. Na confusão, consegue se levantar, corre, sofre chutes e novas cacetadas. Só escapa quando um policial, de arma em punho, o puxa pelo braço. Ele deu sorte. Sofreu apenas fraturas nas omoplatas e ferimentos na cabeça e no corpo. Poderia ter morrido.
Note-se que o ministro, tolerante com os "black blocs", dizendo que "não basta criminalizar essa juventude", não proferiu nenhuma palavra de solidariedade para com o coronel. Tampouco mostrou-se interessado em colher sua opinião sobre o tal "fenômeno social".
Carvalho já se mostrou mais indignado. Quando militantes do PT foram hostilizados em junho, após tentarem participar da celebração pelo recuo no aumento das tarifas de ônibus e metrô, o ministro reclamou. "Sem partido, no fundo, é ditadura. Temos de ficar muito atentos a isso", afirmou.
Como a fase agora é de compreensão, fica a dúvida: o diálogo do ministro com os vândalos será com ou sem máscara?
-
Causa Mortis - DemÉtrio Magnoli
O GLOBO - 13/02 ?Não vamos parar, o poder é nosso!?, escreveu o Black Bloc RJ na hora da notícia do falecimento do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade era nossos olhos e nossos ouvidos. Sem o trabalho dele, e de tantos colegas seus, cinegrafistas,...
-
Inversão De Valores - Editorial O EstadÃo
O ESTADO DE S. PAULO - 02/11Três dias depois de a presidente Dilma Rousseff ter classificado a violência dos black blocs como "barbárie antidemocrática", prestando solidariedade ao coronel da PM paulista por eles agredido, o- ministro-chefe da Secretaria-Geral...
-
Coibir O Vandalismo - Editorial Gazeta Do Povo - Pr
GAZETA DO POVO - PR - 31/10 Dilma acerta ao condenar o vandalismo e dizer que a violência deve ser coibida, mas Gilberto Carvalho flerta com a depredação ao afirmar que busca interlocutores entre os black blocs Brasileiros preocupados com os rumos...
-
Alguém Escreve Ao Coronel - Celso Gutfreind
ZERO HORA - 30/10 Porque também não posso deixar de fazer o meu trabalho, escrevo ao coronel para cumprimentá-lo Não sou fã de coronéis. Nem de outros militares. Até hoje, só pude gostar deles na ficção. Tive empatia pelo...
-
Afronta Ao Estado - Editorial O Estadao
O ESTADO DE S. PAULO - 29/10Os golpes desferidos pelos "black blocs" contra um coronel da Polícia Militar, na noite da última sexta-feira (26/10) em São Paulo, atingiram não apenas a pessoa do oficial, mas o próprio Estado. É este que, ante a hesitação...
Geral