O MITO DE QUE FEMINISTA É CONTRA ANTICONCEPCIONAL MASCULINO
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O MITO DE QUE FEMINISTA É CONTRA ANTICONCEPCIONAL MASCULINO



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Como sabemos, mascus são insignificantes (se bem que um de seus representantes disse: “Podemos ser minúsculos, mas somos leões minúsculos! Ovelhas tremem de medo mesmo com o rugidinho de um filhote de leão!” Pausa para rir, porque este será um post sério). Mas se tem uma mentira que mascus tiveram sucesso em difundir é que as feministas são o motivo pelo qual a pílula anticoncepcional masculina ainda não saiu. Pois é, você conhece alguma feminista contra os homens assumirem mais responsabilidade no controle da natalidade? Eu também não.
Mas mascus acreditam tanto neste mito que “feministas são contra pílula masculina” que eu tenho recebido vários comentários como este (repare no nível de ilusão do cidadão falando do anticoncepcional masculino): “Vamos tirar todo seu poder de barganha, será a maior revolução comportamental e sexual do ocidente, vocês vão ter que andar na linha e implorar para ter filhos de homens honrados!” Sim, mascus deliram que alguma mulher em sã consciência imploraria não apenas pra transar com eles, como também pra ter um filho deles! Mas, como eu já disse, este é um post sério. Então vou parar de citar esses seres que nos fazem rir.
Quem deu essa ideia equivocada que nós feministas nos opomos à pílula masculina? Foi o Dr. Elsimar Coutinho numa entrevista pro Roda Viva (veja o trecho aqui, divulgado por mascus). Ele disse que a pílula pensada por ele não foi pra frente porque vinha do algodão. Como era um produto natural, não atraía a ganância das grandes indústrias farmacêuticas. Ele também disse que bolar um anticoncepcional pra homem é mais complicado, porque envolve bloquear a produção de testosterona. Aí ele falou muito por cima que os chineses usam a pílula. E chamou a Betty Friedan de “uma feiosinha famosa” e reclamou da animosidade das feministas americanas num congresso. Mas depois disse que vetaram sua pílula no Brasil por outros motivos, que não tinham nada a ver com as feministas.
Claro que a única conclusão dos mascus ao ver esse discurso confuso foi: as feministas não permitiram o anticoncepcional masculino. Tanto é uma tremenda mentira que não encontra respaldo em nenhuma declaração feminista. Tudo que sabemos sobre a “animosidade das feministas americanas” é a palavra do Dr. Elsimar. Mais nada. Encontrem algum depoimento de algum grupo feminista falando ser contra a pílula, e aí nos conversamos.
O que eu vejo é exatamente o contrário. Por exemplo, este tumblr feminista resume bem a reação de 99% das feministas à notícia de anticoncepcional pra homem.
Mascus não devem saber que uma referência no assunto é o centro não-lucrativo Informação sobre Contracepção Masculina, que foi fundado no final dos anos 80 por uma mulher, Elaine Lissner. A maior e mais antiga revista feminista do mundo, a Ms., ano passado fez uma reportagem bem interessante sobre controle de natalidade para homens (o Dr. Elsimar nem é citado). Começa dizendo que, mais de 50 anos atrás, quando a pílula feminina foi lançada, imaginava-se que a masculina viria em seguida. Não foi o que aconteceu.
Durante décadas, as pesquisas em torno do anticoncepcional masculino centravam-se em métodos hormonais, que geravam péssimos efeitos colaterais e uma aplicação difícil (injeções mensais, por exemplo). Mais tarde, com a AIDS, os cientistas estavam mais ocupados em descobrir sua cura, e também em lançar a pílula do dia seguinte (que corre risco no Brasil se a Anvisa fizer que todos os remédios tarja vermelha sejam vendidos com prescrição médica. Imagine conseguir prescrição no SUS de um dia pro outro para tomar a pílula! Isso está pra entrar em vigor em 2013, e será um retrocesso inclusive para todos os anticoncepcionais femininos. Assine a petição).
Foi só em 2003, com o mapa do genoma humano, que cientistas pararam de pensar em hormônios e focaram na viabilidade do esperma. Hoje estão em desenvolvimento um método natural de uma planta na Indonésia e uma pílula do “orgasmo seco”, que não permite que esperma vire sêmen (o orgasmo ocorre sem a ejaculação). A pesquisa mais adiantada parece ser o RISUG, ou a vasecomia reversível, em última fase de testes na Índia. Uma só injeção seria suficiente para ativar a vasectomia, e outra para revertê-la. Perfeito! Sem efeitos colaterais, e sem o risco de esquecer de tomar a pílula um dia (como acontece com muitas mulheres, e tudo indica que acontecerá com homens também).
Porém, como diz a reportagem da Ms., “contracepção é sobre muitas coisas -– escolha reprodutiva, liberdade individual, confiança nx parceirx -–, mas, acima de tudo, é sobre dinheiro. Em 2015, o mercado global de anticoncepcionais para homens e mulheres atingirá US$ 17.2 bilhões, mas a indústria farmacêutica não tem feito muito para desenvolver métodos para homens porque ainda não vê procura. 'Pesquisas de mercado indicam pouco interesse dos homens; por isso as empresas não têm investido', diz a Dra. Regine Sitruk-Ware, pesquisadora veterana na área” (putz, outra mulher?! Malditas feministas contra anticoncepcionais masculinos!).
Tudo indica que essa falta de interesse possa mudar. Ano passado perguntei pros meus queridos aluninhos de Inglês Técnico (calhou de eu ter uma turma só de homens, a maior parte de Engenharias, e todos muito fofos e divertidos) se eles tomariam a pílula masculina. Eles, muito entusiasmados, responderam: “Pra ontem!”
Além disso, há muita demanda pela vasectomia tradicional. Um em cada seis americanos com mais de 35 anos é vasectomizado. No Brasil, o número de vasectomias só cresce. Foram 22 mil cirurgias realizadas em hospitais públicos em 2006, um número 57 vezes maior que as 380 realizadas em 1996, quando a Lei do Planejamento Familiar entrou em vigor. A procura é cada vez maior, devido à maior informação da população, que não acredita mais que não reproduzir esteja relacionado à potência sexual ou à diminuição do prazer (e dou um doce pra quem responder corretamente: esses mitos associando virilidade à capacidade reprodutiva são machistas ou feministas? Hein? Hein?).
Lissner, do centro de informação, é otimista quanto ao interesse masculino em usar anticoncepcionais: “Se tivermos 10%, ou mesmo 1%, dos homens usando um contraceptivo, isso já causa um impacto enorme nos casos de gravidez indesejada. Isso também permite que mulheres deixem métodos hormonais e fiquem livres de muitos efeitos colaterais”. 
Em outras palavras, é ótimo também pras mulheres. Vamos ver se agora a coisa vai. O maior empecilho, ao contrário do que pregam os mascus, não são as feministas, mas o dinheiro da indústria, o interesse dos homens (que eu acredito que exista), e uma grande reação conservadora contra métodos contraceptivos em geral. É só acompanhar o que o Partido Republicano vem falando nessas eleições. Vale lembrar que boa parte dos conservadores não é apenas contra o aborto. É contra educação sexual e contracepção também. A menos que Rush Limbaugh seja uma feminista disfarçada infiltrada na extrema-direita, os mascus, pra variar, estão errando o alvo.
Quando o anticoncepcional masculino finalmente sair e se tornar acessível, feministas e mulheres em geral vamos comemorar. Ainda assim, eu recomendaria sempre o uso da camisinha, porque a preocupação não deve ser apenas com gravidez, e sim com AIDS e DSTs.
Além do mais, daria pra confiar totalmente num carinha que a gente acabou de conhecer, e que jura usar anticoncepcional masculino? As consequências de uma gravidez são desproporcionais. Não é o homem que terá que ficar nove meses com um barrigão. Nossa sociedade, que ainda considera trabalho doméstico algo exclusivamente feminino, não vai cobrar do pai que deixe o emprego para cuidar do filho, ou que falte ao trabalho para ir a reuniões escolares, ou que leve o filho ao pediatra, ou que se dedique 100% ao filho (mesmo que a pessoa trabalhe fora de casa). 
E, se tem homem que mente sobre colocar camisinha (né, Assange?), vai ter homem mentindo sobre tomar pílula. Mas anticoncepcionais masculinos parecem ótimos para casais mais estáveis.  
A maior vantagem que mascus veem nos anticoncepcionais masculinos -– esses que nós feministas estamos tão empenhadas em boicotar -– é que um homem poderia tomar a pílula (mascus não trabalham com a hipótese de injeções) sem falar pra mulher. Caso ela engravidasse, ele se vangloriaria em “desvendar a vadia”, ou seja, em provar que o bebê não é dele. Mas esse é o tipo de coisa que só mascus fariam, se tivessem algum tipo de relacionamento com uma mulher.




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