O peso da migração - FERNANDO DE HOLANDA BARBOSA FILHO
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O peso da migração - FERNANDO DE HOLANDA BARBOSA FILHO


O GLOBO - 15/08

Existe uma grande disparidade na taxa de desemprego das regiões metropolitanas pesquisadas pela PME. Em junho, por exemplo, a menor taxa foi registrada em Porto Alegre, com 3,9%, e a maior em Salvador, com 8,8%. Este é um padrão da série histórica: Porto Alegre tem, na maioria dos anos, o menor desemprego, enquanto Salvador tem sempre o maior, com exceção de 2006 (quando Recife teve mais desocupação).

É verdade que essa diferença caiu nos últimos anos. Em 2005, o desemprego em Salvador era 8,1 pontos percentuais superior ao observado em Porto Alegre.

Em 2012, o diferencial caiu para 3,3 pontos percentuais. A partir de 2012, porém, voltou a subir.

Essa diferença regional do desemprego é um dado preocupante, que mostra que o mercado de trabalho funciona pior justamente numa região mais carente como o Nordeste. Há indicações também de que a migração de trabalhadores é de alguma forma restrita, porque seria natural que os desempregados de Salvador buscassem chances maiores de obter trabalho em locais de menor taxa de desocupação, como Porto Alegre. Seria uma forma, inclusive, de reduzir os efeitos negativos sobre as pessoas que permanecem longos períodos fora do mercado de trabalho.

Ao se analisar as causas dessa diferença regional na taxa de desemprego, o primeiro dado que chama a atenção é o fato de a educação explicar, na melhor das hipóteses, 10% do diferencial.

E, de forma bastante preocupante, parece que o componente racial é um fator importante dessa dinâmica.

A maior participação da população preta e parda chega a explicar mais de 30% do diferencial de taxas de desemprego entre Salvador e Porto Alegre.

Ou seja, a maior taxa de desemprego de pretos e pardos eleva o desemprego das cidades em que estes cidadãos possuem maior participação no mercado de trabalho. Seria importante entender a razão disso.

Resta saber o que explica o resto do diferencial. É possível que haja diferenças entre as preferências das pessoas de cada uma das regiões, mas não parece existir nenhuma razão objetiva para que estas distinções levem a resultados tão díspares no mercado de trabalho.

Outra possibilidade é de que o mercado de trabalho do Sul do país funcione melhor. Ainda assim, persiste a pergunta: por que os trabalhadores não migram das regiões com elevada taxa de desemprego para aquelas com baixa taxa de desemprego? Ou, mais especificamente, por que um trabalhador desempregado em Salvador não procura emprego em Porto Alegre? Uma primeira causa para esse fenômeno pode ser a falta de informação acerca de vagas de trabalho em outras regiões do país. Uma segunda seria o elevado custo de migração entre as cidades.

E existe ainda a possibilidade de o preconceito desencorajar migrantes.

O fato, porém, é que a migração possibilitaria uma convergência das taxas de desemprego entre as regiões. Assim, uma boa ideia de política pública seria estudar formas de facilitar a migração de trabalhadores, para reduzir as disparidades regionais da taxa de desemprego.




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