Geral
O que fazer agora - EDITORIAL O ESTADÃO
O Estado de S.Paulo - 24/06
Consumada a revogação do aumento de R$ 0,20 da tarifa dos transportes coletivos de São Paulo - que volta a custar R$ 3,00 -, depois de quase duas semanas de manifestações que começaram na capital e se espalharam, pelo mesmo motivo, por várias cidades do País, é preciso agora pensar nas suas consequências nos planos financeiro e administrativo, tanto para o Estado como para a Prefeitura. Delas vai depender, numa boa medida, a qualidade do serviço, que foi o estopim do descontentamento que explodiu nas ruas.
Ao Estado, estima-se que a decisão vai custar R$ 210 milhões em investimentos da Companhia do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Embora esse seja um problema a mais a ser enfrentado na área de transporte, a situação do governo estadual é menos difícil nesse caso do que a da Prefeitura. Segundo o secretário estadual de Planejamento, Júlio Semeghini, o governador Geraldo Alckmin tem autonomia para lidar com R$ 9 bilhões de investimentos.
Os recursos destinados a cobrir aquela perda virão de obras que atrasaram ou podem ser adiadas: "Estamos fazendo um levantamento sobre que obras podem ser essas".
Para a Prefeitura, a renúncia aos R$ 0,20 do aumento da passagem de ônibus custará cerca de R$ 175 milhões, a serem somados aos subsídios, já elevados, de R$ 1,25 bilhão previstos para o setor este ano. Eles atingirão portanto R$ 1,425 bilhão, uma soma considerável.
Segundo o prefeito Fernando Haddad, se a tarifa ficar congelada até o fim de seu mandato - para o Movimento Passe Livre (MPL), que liderou as manifestações, isso é o mínimo, tanto que ameaça voltar à sua reivindicação inicial de tarifa zero -, o custo total da perda será de R$ 2,6 bilhões. Em princípio, esse dinheiro só poderá vir do corte de investimentos, já baixos por causa das dificuldades financeiras da Prefeitura, das quais Haddad não se cansa de reclamar.
A situação é complicada, porque a expectativa da população com relação a uma melhora do transporte coletivo cresceu, reforçada pelas manifestações, ao mesmo tempo que diminuíram os recursos disponíveis para isso.
Na parte que é de responsabilidade do Estado, a perda é relativamente pequena, tendo em vista os investimentos bilionários em curso no ambicioso programa de expansão das linhas do metrô e de modernização da CPTM. Mas esse esforço só dará resultados a médio e longo prazos, porque a expansão do metrô é muito cara e demorada. Não é possível fazer muito mais e o paulistano terá de conviver por algum tempo com o metrô superlotado. São Paulo está pagando um alto preço pelo atraso histórico na construção desse sistema.
A curto prazo, o meio de transporte coletivo do qual se pode esperar alguma melhora é justamente o mais usado - o ônibus. Haddad tem uma boa e rara oportunidade de fazer isso - e a custo relativamente baixo - com a renovação da concessão desse serviço, executado por cerca de 14 mil ônibus e 7 mil vans. A licitação já foi aberta para esse negócio de R$ 46,3 bilhões, cujos contratos terão duração de 15 anos, no caso das empresas de ônibus, e de 7 anos, no das cooperativas de vans.
O prefeito promete um novo modelo para esse serviço, que divide a cidade em três lotes, em vez dos oito atuais, e a inclusão do sistema GPS nos validadores das catracas. Com essas medidas se pretende assegurar um controle financeiro mais rigoroso e melhorar o atendimento em tempo real.
Dois outros pontos importantes são a construção de 150 km de novos corredores, de outros 150 km de faixas exclusivas e de mais 12 terminais e a reorganização das linhas de ônibus, com veículos confortáveis - e não com os verdadeiros vagões de gado atualmente em uso.
Os trajetos devem ser escolhidos, evidentemente, de acordo com o interesse dos usuários e não das empresas, como acontece hoje com um grande número deles. Daí a resistência das empresas a essa medida - essencial para a melhoria do serviço -, há muito prometida e nunca executada. Não vai demorar para saber se Haddad resistirá à pressão das empresas ou se cederá a ela, como fizeram seus antecessores nas últimas décadas.
-
Política E Transporte - Editorial O EstadÃo
O ESTADO DE S. PAULO - 20/08Tudo indica que o estardalhaço que a Prefeitura vem fazendo em torno da implantação de faixas exclusivas para ônibus na capital paulista pode render dividendos políticos, ao menos num primeiro momento, mas muito dificilmente...
-
Um Teste Para Dilma - Editorial O EstadÃo
O Estado de S.Paulo - 15/08 Bastou a presidente Dilma Rousseff anunciar seu compromisso de destinar R$ 50 bilhões para melhorar a mobilidade urbana - na esteira das grandes manifestações de junho, que tiveram as deficiências do transporte público...
-
Destravar São Paulo - Editorial Folha De Sp
FOLHA DE SP - 22/06 Não basta ampliar corredores de ônibus, é preciso dar-lhes mais velocidade e tirar espaço de carros; ampliar metrô custa dez vezes mais caro Se os protestos que tomaram as ruas do país terminaram por catalisar insatisfações...
-
Metrô E Cptm Agora De Graça, Assembleia De Sp Aprova Passe Livre Para Estudantes
Os deputados estaduais de São Paulo aprovaram nesta quarta-feira (11) o projeto de lei 1/2015, do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que autoriza a gratuidade aos estudantes nas tarifas do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM)...
-
Pm Reprime Protesto Em Sp
Por Altamiro Borges Com brutal truculência, a Tropa de Choque da Polícia Militar reprimiu um protesto contra o aumento das tarifas de ônibus, trens e metrô em São Paulo na noite desta quinta-feira (6). Segundo informações ainda parciais, mais...
Geral