Objetivos em conflito - DENISE ROTHENBURG
Geral

Objetivos em conflito - DENISE ROTHENBURG


CORREIO BRAZILIENSE - 06/06

Pela primeira vez, os próprios deputados do PMDB vislumbram uma redução da bancada para 2014 e é isso que tanto incomoda, uma vez que a cúpula partidária trata de assegurar seus próprios espaços de poder


Meses de idas e vindas dentro do PMDB já permitiram aos integrantes do partido identificar que o maior problema no partido é a diferença de metas entre a bancada e a cúpula partidária. O vice-presidente da República, Michel Temer, fiel depositário dos votos peemedebistas junto à presidente Dilma Rousseff, trabalha pela reeleição. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), busca a própria reeleição para o próximo biênio no comando da Casa. E o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), joga para manter o poder em Alagoas. E quem joga pelo PMDB como um todo? Os deputados simplesmente não identificam.

A massa de 80 deputados que compõem a bancada peemedebista considera que o valor do partido para o governo Dilma está justamente no tamanho das bancadas na Câmara e no Senado. Graças a essa quantidade de parlamentares, o PMDB fez encher os olhos dos petistas com parceiro prioritário para a aliança. E, nos primeiros dois anos do governo Dilma, a promessa para a bancada era de prosperidade, leia-se reeleição garantida para todos, quando Henrique assumisse a presidência da Câmara e Renan, a do Senado. Ocorre que o tempo está passando e, nesta temporada de organização das listas daqueles que serão candidatos a deputado estadual e federal no ano que vem, os peemedebistas estão com dificuldades de fechar grandes nominatas.

?O que faz um político ganhar eleição é o verbo ou a verba. Não temos nem o verbo nem a verba.? A frase é atribuída ao deputado Eliseu Padilha, do PMDB gaúcho, dita recentemente numa reunião fechada do PMDB. Atualmente, são os petistas que levam as notícias de boas-novas aos municípios. Para completar, os mesmos têm as verbas e inauguram as obras que encantam a população pelo Brasil afora. Com esse cenário, o PMDB faz os cálculos e acredita que dificilmente conseguirá, no ano que vem, repetir a performance de eleger 80 deputados. Daí, o desconforto.

Nenhum integrante da massa peemedebista vê da parte da presidente Dilma, ou do próprio Temer, alguma atenção no sentido de preservar o tamanho da bancada. Ao contrário. Observam atitudes que podem terminar por sufocar o partido em alguns estados. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, o partido trabalha para apoiar a candidatura do senador Delcídio do Amaral (PT) ao governo estadual e, assim, garantir o palanque de Dilma e de Temer à reeleição. E, sem candidato a governador, o PMDB local dificilmente terá sucesso na montagem de bancada parlamentar.

A cúpula peemedebista repete diariamente que há várias eleições os analistas políticos vislumbram uma redução da bancada do PMDB, mas isso nunca vem do jeito que é pintado nos artigos. Ocorre que, desta vez, o cálculo não é de analistas. É dos próprios deputados do PMDB, que nunca estiveram tão inquietos com a própria eleição. O partido sente que Dilma e Lula vão dar a vice ao PMDB, mas trabalhando para cortar o poder peemedebista pela raiz ao atrapalhar a formação de grandes nominatas peemedebistas nos estados. E uma boa lista de candidatos a deputado federal é passe livre para a formação da grande bancada que sempre garantiu a influência do PMDB em todos os governos. Ao que parece, diante dos objetivos divergentes de seus comandantes e da bancada, desta vez os peemedebistas vão cair na armadilha do PT. Vale guardar isso aqui para chegar lá em outubro quando abrirem as urnas.

Enquanto isso, no Planalto...
A turma da Bahia voltou feliz da vida ontem do Palácio do Planalto. Tudo por causa da criação de duas universidades, uma no oeste do estado, com cinco câmpus universitários ? Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, Barra, Bom Jesus da Lapa e Santa Maria da Vitória. A outra ficará no sul da Bahia, em Itabuna e em Porto Seguro. Já tem gente pensando em erguer uma faixa do tipo ?obrigado, Eduardo Campos?. É que, desde que o nome do governador pernambucano e presidente do PSB passou a circular como adversário de Dilma no ano que vem, a região nunca viu tanto benefício por parte do governo federal.

E nos vetos...
Os vetos à lei dos portos anunciados ontem ajudarão a insuflar a casa a tratar logo de votar aqueles projetos polêmicos que mencionamos aqui na segunda-feira, caso, por exemplo, do fator previdenciário. Essa história, a coluna já tratou.




- Hegemonia Do Pt - Fernando Rodrigues
FOLHA DE SP - 15/03 BRASÍLIA - Depois da ditadura militar, o PMDB dominou a política no Brasil. Embalado no Plano Cruzado, emergiu da eleição de 1986 com a maioria dos governadores e grande vantagem na Câmara e no Senado. Passado esse momento artificial,...

- O Jogo Em Silêncio - Denise Rothenburg
CORREIO BRAZILIENSE - 05/02 Neste momento da corrida presidencial, vale mais o que se conversa entre quatro paredes do que os discursos inflamados, sejam de governistas, sejam da oposição. Ontem, por exemplo, assim que saiu do ato político do PSB/Rede,...

- Henrique, O Solitário - Denise Rothenburg
CORREIO BRAZILIENSE - 05/12 O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, começa a perder terreno. O PT não perdoa o fato de ele ter colocado em votação a abertura de processo contra o então deputado José Genoino. Se o vice-presidente da Câmara,...

- O Troca-troca Da Reforma - Denise Rothenburg
CORREIO BRAZILIENSE - 03/10 Dilma levará em conta o tamanho de cada bancada aliada na hora de redistribuir os cargos dos ministros que serão candidatos em 2014 A eleição ainda nem chegou, Lula mal entrou em campo em favor dos petistas, mas a relação...

- Henrique Deverá Assumir Presidência Da República Com Viagem De Dilma. Fev 07
fonte politica pauference Suposto pré-candidato do PMDB ao Governo do Estado nas eleições do próximo ano, o deputado Henrique Eduardo vai a partir de agora gerar fatos políticos objetivando a consolidação do projeto idealizado pelo seu pai, Aluízio...



Geral








.