A reeleição no processo político brasileiro tornou-se um grande desastre. Se a idéia inicial era dar continuidade ao modelo de gestão, o tempo comprovou que ela virou uma forma nebulosa de se manter no poder. A história já começou errada em 1997, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso comprou os votos dos parlamentares para aprovarem a emenda constitucional que incluiu a reeleição no sistema nacional.
De lá pra cá o que se percebe é que os governantes pensam mais na continuidade do poder do que necessariamente em executar o seu plano de governo. O processo também trouxe à tona a bipolarização política em todas as esferas ? nacional, estadual e municipal. Mas o pior é o fato de que quem está no poder disposto a se reeleger, fazer qualquer coisa para conseguir seus objetivos. Inclusive vender a alma diabo.
As administrações foram loteadas e acabaram virando um balcão de negócio. Tudo em troca de apoio político, principalmente de senadores, deputados federais e estatuais e vereadores. Não é a toa que os maiores escândalos de corrupção dos país tiveram como personagens principais o poder legislativo. Desde a votação pela prorrogação do mandato de Sarney, até o quinto ano, passando pelos anões do orçamento, o caso Sirvan, a Pasta Rosa, o Mensalão e o Petrolão, e tanto outros escândalos.
EM SERRA TALHADA
Em Serra Talhada vivemos o bom exemplo, pois o prefeito Luciano Duque está dando sinais de que é capaz de tudo para se reeleger. Pra ele não existe adversário, existe ex-aliados, por que pra ele um adversário pode ser um provável aliado. Entre esses adversários está o secretário de transporte Sebastião Oliveira.
O fim da reeleição pode ser uma alternativa para ajudar na moralização da gestão pública, inclusive na diminuição do uso dos cargos comissionados e das contratações para se conseguir apoio político e votos. A reeleição já deu o que tinha pra dar e a experiência não foi tão boa assim.
Um forte abraço e até a próxima!
Publicado pelo portal Farol de Notícias de Serra Talhada, em 24 de janeiro de 2016.