Geral
Opinião: Um breve histórico das eleições no Brasil
Por: David Marinho*
Até pouco tempo as eleições no Brasil era uma verdadeira piada, só que de mau gosto é claro! Apesar de nessa época a prática da fidelidade partidária e ideológica ser mais evidenciada, onde os autênticos políticos respeitavam seus alinhamentos ideológicos com os quais se identificavam e tinham posturas e atitudes coerentes com seus ideais (hoje se pratica a suruba ideológica sem camisinha). Mas as diferenças econômicas, geográficas e as influências dos grupos políticos eram determinantes nos resultados eleitorais regionais, principalmente com a figura emblemática dos coronéis, grandes senhores de propriedades. Época inclusive quando surgiram os termos “voto de cabresto” e “currais eleitorais”, termos estes pejorativos mesmo, estigmatizando os eleitores como “verdadeiros animais irracionais” que eram tosquiados ao “bel-prazer” de seus senhores, capatazes e fazendeiros.
Pelo aspecto cultural e sócio-político-eleitoral era um descalabro o que acontecia nessa época, pois os resultados eleitorais eram forjados a ferro e fogo com ameaças, descriminações, perseguições e até castigos físicos a quem desobedecesse às ordens dos coronéis a favor de si, e de seus amigos políticos a ganharem as eleições, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, fato que tirava a legitimidade das eleições.
A Justiça Eleitoral e a ação de alguns políticos abnegados democráticos e patriotas, muito contribuíram para uma mudança mais justa para a população do nosso país. Lembro-me ainda, que na época de eleições aqui em nosso município de Santarém, era um “Deus nos acuda” com grande movimentação e indução forçada para que os eleitores direcionassem seus votos aos “caciques políticos” regionais e seus aliados. As eleições se davam sempre no dia 15 de Novembro, e nas secções eleitorais eram fornecidos pelos candidatos de forma descarada e acintosa; transportes em paus-de-arara, lotações, ônibus, barcos, voadeiras, além dos candidatos abaterem várias reses de seus rebanhos, quando era fornecido; água, almoço e até o jantar para os eleitores e cabos eleitorais, que acabavam direcionando seus votos a esses “patrocinadores” sem o menor senso de civismo, apenas por gratidão a esses favores que lhes eram conferidos no dia das eleições...
A propaganda de marketing visual era um abuso com colocação de faixas e cartazes em público, pinturas em muros, paredes privadas e espaços públicos; o fornecimento de brindes como bonés, camisetas, extração de dentes gratuita, dentaduras (perereca), sandálias, etc. além de crime ambiental com a enxurrada de sujeira em papel que ficavam espalhadas pelas ruas de “santinhos” com as fotos dos “diabinhos”, textos com declarações de “amor” dos candidatos pelos eleitores, que com as chuvas iam diretos para os bueiros entupindo-os com tanta sujeira (política), literalmente falando...
A eliminação de quase todo esse “lixo eleitoral”, cultural, visual, psicológico, emocional e sócio-político, foi um progresso da sociedade politicamente organizada. Porém, um “câncer político” protagonizado por um “vírus maligno” (políticus brasilienses pilantrese), ainda persiste em nossos dias, que é a “compra de votos”, prática criminosa estimulada por “políticos inescrupulosos” que não têm compromisso com a dignidade humana, e que encontra reciprocidade na outra “banda podre da laranja”, que é o “eleitor indigno” com ausência de civismo e patriotismo, que se presta ao ato criminoso e antidemocrático de renegar sua liberdade e dignidade humana vendendo seu voto por ninharias, materiais e favores que não se perpetuarão em sua vida pessoal nem da sua comunidade, apenas lhes satisfarão momentaneamente...
Você político inescrupuloso e sem ética! Que compra votos de ignorantes funcionais! Se digne a fazer algo pela sociedade e receba seu voto por merecimento e cumpra sua responsabilidade sócio-política para o bem de todos, a que você se propôs através de seu discurso promesseiro. E você eleitor indigno! Que vende seu voto, saiba que, com esse gesto vergonhoso não poderá cobrar nada de seu candidato, pois o compromisso dele com você, cessa na hora que lhe der o que pediste de imediato, é uma situação semelhante à de Judas Iscariotes. Repensem seus atos e valorize esse tesouro da democracia que é o “voto”, onde em muitos países seus cidadãos até morrem por tentarem usufruir deste bem precioso e democrático, que apesar de ainda não ser a prática mais perfeita do mundo livre e civilizado, mas ainda, é a menos pior de todas!
Fujam dos candidatos com grande poder econômico, com grandes gastos nas campanhas, pois eles estão sendo financiados por alguém, e esse alguém lhe cobrará com juros e correção monetária todo seu investimento se o candidato for eleito, e quem pagará isso será você e eu, através de favorecimento em licitações fraudulentas e negociatas duvidosas. Raciocine comigo; o que alguns políticos gastam em campanhas, incluindo a compra de votos, se você fizer uma simples conta, somando todo o seu salário em sua gestão política, o total não cobrirá a despesa gasta em campanha. Então, logo se vê que aí tem mutreta, e das grandes! Logo deveríamos considerar que esses políticos não merecem nossos votos, exclua-os dentre os candidatos sérios. Será que a solução seria votar em candidatos ricos em virtudes, com campanhas pobres?
*É Projetista e Gestor Ambiental
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