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Orestes Quércia
O corpo do ex-governador Orestes Quércia chegou por volta das 14h desta sexta-feira (24) ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, está sendo velado. O enterro será neste sábado (25) no Cemitério do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo. O governador Alberto Goldman decretou luto oficial de sete dias.
Quércia, de 72 anos, estava internado no hospital Sírio Libanês, onde tratava de um câncer na próstata. No início de setembro, ele teve diagnosticado um tumor de próstata que havia sido tratado há mais de dez anos. Dias depois, o peemedebista desistiu de sua candidatura ao Senado para tratar a doença. O governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi uma das primeiras autoridades a chegar e prestou condolências à família. "Deixo aqui a nossa homenagem, nosso carinho , nosso sentimento e nossas orações", disse Alckmin.
Aliado político de Quércia no PMDB até 1997, o atual governador de São Paulo, Alberto Goldman descreveu Quércia como o político fundamental para reinstalar a democracia no país. Para Goldman, que deixou o PMDB para integrar o PSDB, não foi uma suposta insatisfação com Quércia que gerou o racha entre lideranças peemedebistas que deu origem ao PSDB.
"Eu conheço essa história em detalhes e posso dizer que a fundação do PSDB não tem nada a ver com as divergências internas do PMDB. Nada disso. A relação dele com Mário Covas era perfeita", afirmou.
Goldman disse que Quércia teve participação importante na campanha municipal de 2008, quando deu apoio ao prefeito Gilberto Kassab (DEM) apoiado por parte do PSDB. Na ocasião, Kassab ganhou contra parte dos tucanos, que apoiavam o então candidato Geraldo Alckmin. Para Goldman, Quércia teve papel importante também na eleição de 2010, ao abrir mão de sua candidatura em favor de Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), eleito para o Senado e pelo apoio a Alckmin para governador.
"Quando de sua eleição pelo Senado (em 1974) ele foi muito pressionado. Ele sempre mostrou têmpera excepcional até os últimos dias de sua vida e agora nesse momento eleitoral. Ele era um homem que falava o que pensava, ele cumpria compromissos. Era uma política do fio de bigode. Não precisava escrever e registrar em cartório. O conversado estava combinado. "
Kassab e Aloysio Nunes estiveram no velório. "Ele foi muito importante para a vitória do governador Geraldo Alckmin e para a minha vitória", disse Nunes. O senador tucano lembrou que Quércia 'abriu uma brecha na ditadura com sua vitória ao Senado (1974) e organizou o MDB, além de ter sido um grande governador."
A vice-prefeita de São Paulo e aliada histórica de Quércia, Alda Marco Antônio, também acompanha o velório. A senadora eleita Marta Suplicy (PT) disse que Quércia "teve papel relevante na redemocratização." Ela afirmou que compareceu ao velório representando a si mesma. "Não falei com ninguém. Eu soube de manhã. Na hora do almoço saí para vir dar um beijo na dona Alaíde", afirmou, referindo-se à viúva de Quércia.
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