Por Anselmo Massad, na Rede Brasil Atual: Um dia após a troca de comando na Casa Civil, cresceram os rumores sobre uma nova mudança no primeiro escalão o governo da presidenta Dilma Rousseff. Alvo de críticas pela base aliada no Congresso Nacional, o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, foi dado como nome fora da Esplanada dos Ministérios. O principal motivo da escalada de boatos, desmentidos pelo ministro, foi a movimentação do líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP).
Consultada pela Rede Brasil Atual, a assessoria do ministério nega a saída de Luiz Sérgio. Segundo a pasta, o ministro não pediu demissão nem há qualquer informação nesse sentido. A assessoria contesta especialmente a nota publicada no blogue de política do Estadão, que dá como certa a nova troca. Pelo Twitter, Luiz Sérgio repetiu a dose: "Notícia no site do Estadão é falsa. Não pedi para sair do governo, não conversei com a jornalista em momento algum. Péssimo jornalismo."
A expectativa mesmo de deputados petistas era de que, entre a noite desta quinta-feira (8) e a sexta-feira (9), haveria definições. Luiz Sérgio sofria críticas por mostrar-se com pouco poder para negociar com os congressistas. Seu cargo é responsável pela articupação política no Legislativo, porém, ele construiu uma imagem de ministro fraco e sem capacidade de levar adiante as demandas recebidas.
A votação do Código Florestal foi um dos momentos em que isso ficou mais latente. Mas, mesmo antes, a falta de efetividade no encaminhamento dos pedidos produziram a insatisfação. Segundo alguns parlamentares, o cenário aumentava a responsabilidade de Palocci, o que ampliou seu desgaste quando surgiram as acusações de tráfico de influência que o levaram a deixar a Casa Civil.
Fator VaccarezaVaccarezza esteve no Senado para articular sua ida ao ministério. Ele esteve ladeado, em boa parte da visita à Casa vizinha do Congresso, pelo deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e do vice-líder do governo, José Guimarães (PT-CE). Eles estiveram com José Sarney (PMDB-AP) e Renan Calheiros (PMDB-AL), respectivametne presidente e líder do PMDB no Senado, além do líder petista Humberto Costa (PE). Ex-presidente da Câmara, Cunha tem bom trânsito entre diferentes partidos, e seria o nome para a liderança do governo.
A jornalistas, Vaccarreza negou que tenha sido sondado para o posto. O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), foi na mesma linha, dizendo que o partido não "postula" o cargo. Outros nomes citados são de Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Mendes Ribeiro (PMDB-RS). Apesar de o cargo ser tradicionalmente oferecido a deputados federais, outros nomes ministeriais estão cotados, como o da ministra da Pesca, Ideli Salvatti.
A articulação provocou reações dentro do PT. O líder do partido na Câmara, Paulo Teixeria (SP), condenou, à Agência Estado, a movimentação. "É fundamental colocar um ponto final nessa disputa em nome da unidade da bancada e do governo", pediu. Longe da disputa paralela, conduzida Teixeira afirma preferir esperar a definição do papel Casa Civil, sob a chefia de Gleisi Hoffmann, para então iniciar a pacificação da bancada petista.
O nome de Vaccarezza não é o preferido nem do próprio PT. Antes da posse da atual legislatura, o nome do deputado foi preterido dentro da legenda pelo de Marco Maia (PT-RS) como indicado para a disputa da presidência da Câmara. Declarações sobre Código Florestal e críticas a centrais sindicais serviram de motivação para a reviravolta. Chinaglia, agora cotado para o ministério, foi outro dos nomes deixados de lado na ocasião.
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