Outro golpe de Dawkins nas religiões
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Outro golpe de Dawkins nas religiões



Por Neville Hawcock | Do Financial Times

"Mostre-me a criança e lhe darei o homem", diz a máxima jesuíta. Isso se Richard Dawkins não chegar lá primeiro. O novo livro do ateu-mor, "The Magic of Reality", é elaborado para imunizar de uma vez por todas mentes tenras contra o sobrenatural e seus apologistas.

Na verdade, não só mentes tenras. Embora destinado a crianças de 10 anos para cima, o texto é persuasivo em qualquer idade. Afinal, Dawkins é um popularizador e um proselitista; seu argumento, magnificamente complementado aqui pelas ilustrações ricas de Dave McKean, possui uma clareza maravilhosa.

Ele começa definindo seus termos. "Realidade" é tudo o que pode ser compreendido diretamente por nossos cinco sentidos ou indiretamente por instrumentos e modelos científicos. (As emoções, que podem parecer excluídas por essa definição, também são parte da realidade, dependendo para sua existência de "cérebros... ou algo equivalente a cérebros".) A "mágica" cai em três categorias: mágica sobrenatural, as bobagens dos contos de fadas e mitos (muito ruim, manuseie com cuidado); a mágica de palco, à la "Penn and Teller" (que na maioria das vezes tem uma certa graça); e a mágica poética, quando a natureza nos toca (muito bom, mergulhe nessa).

O propósito de Richard Dawkins é demonstrar que o mundo real, entendido cientificamente, está embebido do tipo de mágica mencionada neste último tópico. "Comparados com a beleza e mágica do mundo real, a magia sobrenatural e os truques de palco parecem baratos e de mau gosto", escreve.

Cada capítulo subsequente consiste de duas partes. Uma abertura curta pergunta, por exemplo, "O que é o sol?", e Dawkins percorre rapidamente vários mitos antigos, sobre Huitzilopochtli [que pode ser traduzido como "Beija-Flor Azul" ou "Beija-Flor Canhoto", que era o deus asteca do Estado e da guerra], Hélio e o "deus tribal de YHWH" [Jeová]

Esses deuses de palha, invocados para ser destruídos por Dawkins, não estão à altura da tarefa de explicar a realidade, mas pelo menos proporcionam ao ilustrador McKean um grande tema. (A divindade tem as melhores ilustrações?) Em seguida, a maior parte do capítulo lida com a questão "O que é o sol de fato?" e Dawkins faz suas exposições.

E ele é muito bom nisso. O capítulo sobre arco-íris apresenta a explicação mais clara, entre todas as que já vi, sobre como eles aparecem, enquanto em "Quem foi, de fato, a primeira pessoa?" faz um enorme uso de uma vasta linha de instantâneos sobre cada um de nossos ancestrais: tudo parece bem com seus bisavós de 4 mil anos; mas com seus bisavós de 50 mil anos, não; e com seus bisavós de 185 milhões de anos - bem, vamos dizer que há algo estranho com ele.

Os dois últimos capítulos tratam mais diretamente das preocupações com as religiões organizadas. "Por que coisas ruins acontecem?" conclui que elas simplesmente acontecem, especialmente quando você é parte de uma cadeia alimentar. Os milagres também não merecem muita consideração. Dawkins elabora o argumento de Hume de que você deve apenas acreditar em relatos de milagres quando a probabilidade de eles realmente terem acontecido é maior que a probabilidade de alguma informação estar sendo transmitida de maneira errada - uma condição que nunca se alcança.

"A verdade", conclui Dawkins na última página, "é mais mágica - no melhor e mais instigante sentido da palavra - do que qualquer mito ou mistério ou milagre fabricados". Ou, conforme Cristo (também conhecido como "um pregador judeu errante chamado Jesus") disse: "A verdade o libertará". (Tradução de Mario Zamarian)




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