Reproduzo matéria publicada no sítio Vermelho:Líderes palestinos formalizaram nesta quarta-feira (4), em uma cerimônia no Egito, o acordo que reune as organizações al-Fatah e o Movimento Islâmico de Resistência (Hamas), em um novo passo para a criação de um Estado palestino independente.
"Anunciamos aos palestinos que estamos virando para sempre a página negra da divisão", disse em seu discurso de abertura o presidente palestino Mahmud Abbas, líder da Fatah.
O presidente da ANP e líder da Fatah, que provocou aplausos e risos durante seu pronunciamento, rejeitou "a intervenção nos assuntos internos palestinos", em referência às recentes críticas israelenses ao acordo.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, criticou duramente o acordo, numa demonstração da intolerância dos sionistas e reafirmação de seu propósito de dividir os palestinos para impor sua política expansionista. Também o Departamento de Estado norte-americano manifestando seu desagrado com a unidade palestina e reprovando a intenção manifestada por estes de proclamar o estado palestino independente. Para o imperialismo norte-americano, a criação do Estado palestino tem que ser necessariamente acordada com Israel e sob as condições impostas por este último. Tal postura, por óbvio, inviabiliza a realização da meta dos palestinos.
Khaled Meshaal, líder do Hamas disse que o futuro Estado palestino na Cisjordânia e na Faixa de Gaza não deverá ter colonos israelenses e nem abrirá mão de um centímetro sequer de terra, nem do direito de retorno dos refugiados palestinos.
Meshaal, por sua vez, afirmou que seu grupo está "disposto a pagar qualquer preço pela reconciliação", e que deseja "um Estado palestino independente e com soberania na Cisjordânia e na Faixa de Gaza".
"Queremos acelerar o fim desta difícil etapa para cicatrizar as feridas e estarmos livres para realizar nosso projeto nacional", acrescentou.
Quanto a este projeto, Meshaal disse que seu grupo está "disposto a disputar as eleições o mais rápido possível", mas para isso é necessário que "a situação permita tal cenário".
O Hamas já declarou no passado que aceitaria como solução interina um Estado criado sobre todos os territórios invadidos e ocupados por Israel na guerra de 1967 no Oriente Médio, além de um cessar-fogo de longo prazo.
O acordo de união prevê a formação de um governo interino para administrar a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, e para preparar eleições parlamentares e presidenciais, já atrasadas, em prazo de até um ano.
Em seu discurso, Abbas reiterou seu chamado pela suspensão das construções nas colônias ilegais de Israel como condição prévia para a retomada das negociações de paz com os ocupantes.
"O Estado da Palestina precisa nascer este ano", disse Abbas.
A expectativa é que Abbas solicite em setembro, à Assembleia Geral da ONU, o reconhecimento de Estado palestino em toda a Cisjordânia e Faixa de Gaza. Israel e os Estados Unidos já manifestaram irritação com a união intrapalestina e fazem seguidas ameaças ao movimento.
A unidade é passo essencial para os palestinos apresentarem uma frente comum diante das Nações Unidas, além do reflexo do desejo público de encerrar as disputas internas.
A unidade palestina é um fato auspicioso e abre novas perspectivas para a luta pela independência e a construção do Estrado nacional desse povo martirizado e oprimido pela ocupação israelense.
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