Palocci e a pergunta que não foi feita
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Palocci e a pergunta que não foi feita


Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

É óbvio que Antonio Palocci jamais vai revelar os clientes para os quais trabalhou, que é o cerne do debate que se trava em torno de sua permanência na Casa Civil.



A revelação mataria futuras oportunidades dele como… consultor.

Portanto, Palocci está mais uma vez protegendo seus negócios pessoais, em detrimento do interesse público.

Por que é importante saber quais foram os clientes de Palocci?

Para que a opinião pública monitore as relações destes clientes com entes públicos hoje subordinados a Palocci.

Há quem argumente que, como Palocci, outros já fizeram o mesmo, esquecendo o essencial: outros o fizeram depois de deixar o governo.

Palocci saiu, enriqueceu como consultor — em período eleitoral, diga-se — e voltou.

Ontem, no Jornal Nacional, o ministro disse: “Eu não fiz tráfico de influência, como eu provo isso?”.

Simples, revelando a lista de clientes.

O ministro também pediu aos telespectadores que dessem a ele o benefício da dúvida. Afinal, todo mundo é inocente até prova em contrário. O apelo dele para que as pessoas confiassem antes de desconfiar foi o melhor momento da entrevista. Bastante razoável.

Eu, se estivesse lá, perguntaria:

Ministro, o problema é que em 2006 o senhor disse, em nota dirigida ao presidente Lula: “Quero esclarecer, senhor presidente, que não tive nenhuma participação, nem de mando, nem operacional, no que se refere à quebra do sigilo bancário de quem quer que seja. Reafirmo ainda que não divulguei nem autorizei nenhuma divulgação sobre informações sigilosas da Caixa Econômica Federal”. No entanto, recentemente, a Caixa Econômica Federal atribuiu a seu gabinete o vazamento das informações relativas a Francenildo. Se não foi o senhor, o senhor apurou qual auxiliar fez o vazamento? O senhor não acha razoável, diante dessa dúvida, que as pessoas tenham o direito de desconfiar?”

Talvez o JN colocasse a pergunta e a resposta no ar. Talvez.

PS do Viomundo: Insisto que não há qualquer prova material de enriquecimento ilícito, nem de tráfico de influência, contra Palocci, pelo menos formalmente. O problema é ético e político. Teremos um ministro vagando por aí, num cargo-chave do governo, com uma tremenda nuvem negra sobre a cabeça. A oposição vai tirar proveito da nuvem para provocar chuvas e trovoadas quando bem entender.




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