Para americano ver - EDITORIAL FOLHA DE SP
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FOLHA DE SP - 18/09

Adiamento de visita de Dilma aos EUA é resposta adequada, ainda que inócua, a caso de espionagem e abre espaço para acordos mais favoráveis


É compreensível e razoável, embora no fundo inócua, a decisão da presidente Dilma Rousseff de adiar a visita de Estado aos EUA, que ocorreria no dia 23 de outubro.

Motivado pela revelação de que as comunicações e dados de cidadãos e empresas brasileiros --inclusive aqueles da própria presidente-- foram ilegalmente monitorados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, o adiamento não chega a constituir ruptura nas relações com a principal economia do mundo.

Tampouco fará com que os norte-americanos abandonem o comportamento "atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos", como o governo brasileiro qualificou a espionagem. Não se imagina, de resto, que algum país venha a abrir mão de monitorar adversários ou concorrentes.

Estivesse inclinada a exacerbar o episódio, Dilma cancelaria de forma definitiva a viagem à capital americana --onde seria a primeira chefe de Estado recebida com honrarias no segundo mandato do presidente Barack Obama.

Trata-se, antes, de resposta diplomática pontual à falta de explicações satisfatórias oferecidas pelo governo dos Estados Unidos.

Prova disso é o tom amistoso dos comunicados oficiais de ambos os governos, que enfatizam a continuidade do relacionamento bilateral em áreas como comércio, energia e defesa e reiteram que a postergação foi acertada de comum acordo pelos dois presidentes.

Decerto ajudou na decisão o fato de ela não implicar perdas de grande monta para o Brasil.

A visita a Washington teria inegável importância simbólica, mas passava longe de questões concretas e relevantes para a pauta nacional, como o apoio ao pleito por uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, anúncios de investimentos e acordos tarifários ou mesmo o fim do visto para turistas brasileiros.

Houvesse mais em jogo, o pragmatismo sem dúvida prevaleceria, e o encontro estaria mantido.

Adiar a viagem, nesse contexto, traz a possibilidade de que uma futura reunião seja negociada em torno de agenda mais substanciosa e benéfica ao país, extrapolando as meras formalidades.

Há, além disso, outro aspecto que não poderia ser negligenciado: o risco de que, durante o encontro, se tornassem públicas novas revelações baseadas em documentos obtidos pelo delator Edward Snowden, ex-prestador de serviços da inteligência americana.

Nesse caso, seria ainda maior o constrangimento brasileiro em uma reunião, passe o trocadilho, apenas para americano ver.




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