Parca poupança - EDITORIAL FOLHA DE SP
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Parca poupança - EDITORIAL FOLHA DE SP


FOLHA DE SP - 06/06

Baixa taxa de recursos acumulados no país prejudica crescimento, mas não há sinal de que governo tenha estratégias para essa questão


Os dados mais recentes divulgados pelo IBGE não preocupam somente por indicar, para este 2014, um PIB minúsculo, talvez abaixo de 1%, e uma possível retração da indústria. Também sobram motivos para inquietação em relação aos próximos anos, nos quais a economia brasileira terá dificuldades para crescer mais.

O problema está na poupança interna do país, que caiu a 12,7% do PIB, o menor patamar deste século. Na comparação internacional, o Brasil é uma anomalia. Seu índice equivale a quase um terço da média verificada entre os emergentes e à metade do padrão global.

Sem uma poupança doméstica razoável, são necessários mais recursos externos para financiar os investimentos que a economia demanda para se expandir; se a oferta não aumentar, o avanço do consumo gera pressões inflacionárias.

A busca por fontes externas, contudo, não é livre de traumas. Países com deficit alto nas transações com o resto do mundo, como é o caso do Brasil, ficam mais expostos a desvalorizações abruptas da moeda e a choques na economia.

Por essa razão, o uso de verbas estrangeiras precisa ser limitado. Normalmente, isso é possível devido a uma dinâmica recorrente: investimentos trazem retornos para a economia, na forma de salários e lucros mais altos; dessa maneira, elevam-se os recursos à disposição do setor privado para, em tese, serem feitos novos investimentos.

No Brasil, contudo, a poupança interna não cresce na mesma proporção que em outros países. A explicação para isso não é consensual entre especialistas; seria simplista, ou mesmo errado, aventar uma particular predisposição dos brasileiros para o consumo.

Trabalho recente do Centro de Estudos de Mercado de Capitais, do IBMEC, por exemplo, aponta que um bom pedaço da redução recente da poupança decorreu da diminuição dos lucros retidos pelas empresas. É evidente que a tributação elevada do Brasil --a carga de 36% do PIB por aqui supera em muito a média dos emergentes, perto de 25%-- reduz a capacidade do setor privado de acumular recursos para depois investir.

O setor público também tem sua parcela de culpa, e ela não é pequena. Gastos excessivos em seu próprio custeio, a transferência de recursos para seguridade e outros programas sociais e as despesas com os juros da dívida deixam pouco lugar para investimentos; a poupança pública é negativa.

É preciso compreender essas dinâmicas para almejar algum sucesso na gestão econômica. Não se vê, porém, nem sombra de pensamento estratégico a respeito desses temas, cruciais para o Brasil chegar a taxas altas de crescimento --um objetivo ainda mais distante depois dos erros dos últimos anos.




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