Geral
Paul Krugman tupiniquim
Rodrigo Constantino
Já temos um candidato perfeito para ser o Paul Krugman tupiniquim: Marcelo Miterhof, economista do BNDES e colunista da Folha. Só falta o Prêmio Nobel de Economia. A cada novo artigo do economista do banco estatal, fica clara sua visão completamente equivocada da área.
Marcelo realmente parece acreditar que a gastança estatal puxa a demanda agregada e produz uma espécie de mecanismo perpétuo de crescimento. Inflação é fenômeno exógeno, que vem de Marte. Ele diz no último artigo:
Portanto, diferentemente do que diz o senso comum, o problema atual não é a inflação, que estaria corroendo a renda real (descontada a inflação) da população. Mas, sim, o crescimento econômico fraco, que ameaça a trajetória de ganhos reais dos salários e o pleno emprego herdados do período anterior.
O país tem crescido pouco porque houve recrudescimento da crise externa em 2011 e a política fiscal não atuou suficientemente para fazer a demanda doméstica compensá-la. Houve um certo afrouxamento fiscal, mas em boa medida ligado às desonerações tributárias, que não têm impacto direto sobre a demanda.
Com câmbio menos valorizado e reservas internacionais elevadas, o Brasil nem precisa temer problemas de balanço de pagamentos: um aumento do gasto público seria capaz de propiciar a retomada do crescimento sustentado baseado no mercado interno, alavancando investimentos e ganhos de produtividade.
Em outras palavras, o problema veio de fora (não fica claro porque Chile, México, Peru e Colômbia seguem crescendo muito mais que o Brasil e com muito menos inflação), e o governo reagiu pouco! Ou seja, nosso governo gasta pouco!!! Se o governo gastasse mais, então tudo estaria melhor, segundo o "gênio". Talvez se seu patrão, o BNDES, tivesse emprestado mais alguns bilhões ao Eike, tudo estivesse uma maravilha...
O economista conclui:
Primeiro, sob um modelo liberal, o nível de emprego depende sobremaneira do investimento privado, o que dá grande poder aos empresários, obrigando o governo a evitar iniciativas que abalem a confiança e as expectativas do mercado.
Segundo, os capitalistas desejam manter a atuação do governo restrita a atividades --como educação e saúde-- que não concorram com os negócios privados. Porém, uma política ativa de gasto público pode exigir entrar em novas esferas de investimento. Por exemplo, criar estatais é tido como ruim por definição.
Por fim, um pleno emprego prolongado causa mudanças políticas e sociais que grande parte da elite não deseja: por exemplo, mesmo com lucros maiores, crescerá a tensão em torno das negociações salariais. Uma renda mais bem distribuída afeta a hierarquia social vigente. O incômodo com os novos direitos das domésticas ou com a movimentação nos aeroportos lembra alguma coisa?
A perseguição da meta central de inflação neste momento de perda de ritmo econômico significa provocar recessão e desemprego...
Acho que Marx não escreveria algo tão socialista! Mas trata-se de um economista do BNDES escrevendo para a Folha. É algo realmente assustador! Meu voto para a escolha do Paul Krugman tupiniquim já tem nome e sobrenome...
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