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Paulo Bernardo, o quinta-coluna
Por Bepe Damasco, em seu blog:“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem." (Guimarães Rosa)Endosso a sugestão do Renato Rovai, em artigo publicado em seu blog, recomendando o grande escritor mineiro para a presidenta Dilma neste momento.
O blogueiro acerta na na mosca também quando lembra que o confronto é inevitável, conclamando a presidenta para ir à TV e às ruas em defesa do plebiscito e das conquistas do seu governo contra a trairagem do PMDB e do Congresso. Mas quero acrescentar aqui outra providência essencial para superar a crise : uma ampla reforma ministerial. Que deve começar pela demissão do ministro das Comunicações, Paulo Quinta Coluna Bernardo, amigo das teles, da Veja e de O Globo.
Como diz CartaCapital, o ministro do plim-plim e do trim-trim. Sua entrevista às páginas amarelas da Veja, no auge das megamanifestações de junho, atacando os lutadores pela democratização da mídia no Brasil e a militância do PT foi a gota d'água. Não pode passar em branco uma destro provocação como aquela.Ainda mais partindo de alguém que já ostenta no currículo a interdição do debate sobre um novo marco regulatório para a radiodifusão no Brasil, sentando em cima do projeto elaborado pelo ex-ministro Frankilin Martins.
O mesmo lixo jornalístico que o "premiou" com o espaço nobre reservado aos seus cupinchas publicou na edição desta semana mais uma capa emblemática do tipo de jornalismo golpista e fétido praticado por ele: um precipício do qual despencam ratos e uma bandeira vermelha. O que deve ter passado na cabeça do "bom petista" (como Bernardo é tratado por Veja) ao se deparar nessa mesma edição com um militante de extrema direita e funcionário da Globo sendo mostrado como exemplo do "novo Brasil que emergiu das
ruas?"
Bobagem imaginar que o ministro possa ter se arrependido, afinal ele está longe de se deixar usar como uma espécie de inocente útil. Bernardo é um caso típico que quem já cruzou o Rubicão e se posiciona do outro lado da trincheira. Esperar o que de quem pensa como um neoliberal, imprime linhas de gestão conservadoras e excludentes, se perfila junto aos monopólios e esbanja preconceito contra seu próprio partido ?
Se o PT não tivesse sido arrastado pela avalanche da burocratização e se deixado contaminar pela praga do excesso de moderação institucional, seria o caso da instalação, na Comissão de Ética do partido, de um processo de expulsão do ministro.
No próximo post, volto ao tema reforma ministerial.
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