Pausa para respiro - CELSO MING
Geral

Pausa para respiro - CELSO MING


O Estado de S.Paulo - 30/05

O Banco Central não parece convencido de que o ciclo de alta dos juros básicos (Selic) tenha chegado ao limite de 11,0% ao ano, como o Copom deixou transparecer quarta-feira.

Isso ficou intencionalmente exposto no comunicado divulgado após a reunião presidida por Alexandre Tombini (foto): "neste momento", os juros ficam onde estão.

O comportamento dos preços nos próximos meses estará sujeito a tensões de qualidades diferentes. A primeira delas é a tendência à queda mensal da inflação. Até outubro, esperam-se números mais baixos do que o 0,67% registrado em abril.

A variação do IGP-M deste mês sobre o mês anterior veio negativa (-0,13%) - veja o Confira -, refletindo significativa redução de preços no atacado que, em mais algumas semanas, deverá ser repassada também para o varejo (custo de vida). Essa desaceleração deverá ser acusada também pelo IPCA deste e dos próximos três ou quatro meses.

Em contrapartida, a inflação medida em 12 meses deverá passar por bom período acima do teto da meta de inflação (acima de 6,5%), fator que, por si só, deve acionar movimentos defensivos em toda a economia, especialmente nos processos de indexação (correção automática de preços e valores), que, em princípio, deverão exigir contra-ataque por parte do Banco Central.

A outra tensão é o forte achatamento dos preços administrados, que correspondem a cerca de um quarto dos preços da cesta de consumo. Entre eles estão as tarifas de energia elétrica, dos combustíveis (gasolina, óleo diesel e gás) e dos transportes urbanos. É uma situação que cria distorções não só na cadeia de preços, mas, também, em segmentos vitais da economia, como o da energia elétrica e do petróleo. É o que leva os empresários e demais agentes da economia a prever um "destampamento", com impacto sobre toda a cadeia de produção e consumo, como o Banco Central avisou no Relatório de Inflação, de março.

O economista Nelson Barbosa, que até junho do ano passado foi o número dois do Ministério da Fazenda, prevê para 2015 uma inflação de nada menos que 7,5%, como apontou na entrevista publicada na edição de ontem do Estadão. É substancialmente mais do que os 6,0% apontados pelas cerca de 100 instituições auscultadas semanalmente pelo Banco Central na sua Pesquisa Focus. Mas Barbosa, que até outro dia esteve lá, sabe o que está em jogo e sabe como as decisões são tomadas. Ele tem lá suas razões para apostar nesse esticão bem mais alto. A mensagem é a de que, em atenção a razões unicamente eleitorais, o governo fará de tudo para não mexer nos preços administrados antes de novembro. No entanto, como não podem seguir represados por muito mais tempo, quando começar, o processo de realinhamento produzirá estragos inevitáveis no custo de vida.

Essas são as principais razões pelas quais o Banco Central não pode baixar a guarda. Tem de manter-se pronto para novas investidas contra os preços com a única arma de que dispõe, a política de juros - caso o governo continue com tão pouca disposição a fazer a sua parte nas administrações de suas despesas, como vem demonstrando.




- A Escalada - Celso Ming
O Estado de S.Paulo - 06/04 Se a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em março, a ser divulgada nesta quarta-feira, tiver alcançado 0,84%, como esperam os analistas pesquisados pelo Banco Central, em 12 meses a inflação saltará...

- Recuo Da Inflação - Celso Ming
O Estado de S.Paulo - 07/12 A inflação (evolução do IPCA) de novembro teve um comportamento melhor do que em outubro. Ficou em 0,54%, ligeiramente abaixo da expectativa do mercado. No período de 12 meses, também caiu, desta vez para 5,77% (veja...

- Ovos Na Incubadeira - Celso Ming
O Estado de S.Paulo - 07/09 A inflação de agosto (evolução do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA) ficou dentro do esperado, em 0,24% em relação ao nível de preços de julho. Em 12 meses, a inflação caiu de 6,27% em julho para...

- Sem Euforia - Celso Ming
O Estado de S.Paulo - 08/08 A inflação de julho (evolução do IPCA) veio dentro do esperado, de apenas 0,03%. Com isso, a inflação em 12 meses, que em junho estava nos 6,70%, caiu para 6,27% (veja gráfico). A presidente Dilma e o ministro da Fazenda,...

- A Inflação Perde Força - Celso Ming
O Estado de S.Paulo - 20/07 A inflação deu sinais fortes de desaceleração. A evolução do Índice de Preços ao Consumidor Amplo do dia 15 (IPCA-15), divulgado ontem, mostrou perda de força nos preços, fator que pode dar algum alento à combalida...



Geral








.