PERGUNTAS SOBRE UM MONTÃO DE COISAS
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PERGUNTAS SOBRE UM MONTÃO DE COISAS


Mais respostas a algumas perguntas que vocês fizeram pra mim.

Há algum tempo, desde um post seu sobre essa coisa das mulheres poderem escolher ficar em casa, eu quero fazer uma pergunta: Caso o maridão ganhasse rios de dinheiro e vc não precisasse trabalhar, vc realmente ir
ia parar de fazer tudo o que faz e viver as custas dele?” Aiaiai

Sinceramente, não sei. Como o maridão faz o que gosta (joga xadrez), e o que gosta não dá dinheiro, essa possibilidade nunca chegou perto de existir. Mas acho que sim, viveria às custas dele. O oposto é verdadeiro: se eu ganhasse rios de dinheiro, pra quê o maridão trabalharia? Ele poderia apenas dedicar-se ao que mais gosta, que é xadrez. Que é o que ele já faz, ok, mas sem essa preocupação de receber salário. A pergunta é mais geral: se a gente fosse rica (porque, como somos casados e vivemos juntos, não teria como um ser rico sem o outro usufruir), a gente continuaria trabalhando? Juro que não tenho certeza. Provavelmente não, não trabalharia. Mas isso não significaria parar de fazer tudo o que faço. Por exemplo, uma das coisas que mais faço na vida é escrever este blog. Eu continuaria com ele.

Lola, sou uma leitora assídua do seu blog mas raramente comento; porém, há dias venho pensando em te perguntar uma coisa: como vc definiria uma mulher feminina (na sua visão)? O que é ser feminina para vc e de que forma vc é feminina?” Raquel

Puxa, Raquel, nem sei responder. O meu desejo, e o de várias feministas, é para que essas definições arbitrárias e socialmente construídas do que é feminino e masculino caiam por terra. Porque valem como uma camisa de força. É aquele negócio que mulher não pode tomar a iniciativa sexual (porque feminino é ser passivo), que homem não chora. São mecanismos de controle social para manter as coisas socialmente como estão. Eu sou feminina simplesmente porque sou mulher. Nasci com uma vagina, sou feminina, pronto. Se ser feminina é gostar de rosa, ser santinha sexualmente (só homens podem ter várias parceiras durante a vida), ter instinto maternal, ser vaidosa, usar brinco e maquiagem e sei lá o quê mais, bom, então definitivamente, eu não sou feminina. Mas sou feminina no sentido que ninguém nunca me confundiu com um homem. Sabe o que a gente vê nos filmes, de uma mulher se passar por homem? Pra mim seria impossível, por causa dos meus peitões. Eu posso estar a quilômetros de distância, que dá pra ver que sou mulher. E minha voz é de mulher. Não poderia ser masculina nem que quisesse (e tem vezes que dá vontade!).
Minhas amigas lésbicas são femininas também. Mesmo as que usam cabelo curto. Quer dizer, não é esquisito que um corte de cabelo determine quem é ou não feminina? Pra mim é.
Desculpe te frustrar, Raquel, por não poder responder direitamente. Talvez uma mulher não-feminina seja uma que tente se passar por homem? Não sei, tô chutando. É duro definir algo que eu não quero que exista.

Olá Lola, sou um leitor assíduo do seu blog. Moro no Japão e tenho uma perguntinha meio boba que ate fiquei com vergonha de perguntar no blog [ele mandou um email e me deu autorização pra publicá-lo]. O que significa a expressão 'what the duck?'. Sempre você fala, e gosto muito de comparar alguns ditados populares daqui do Japão com os nossos do Br.” Luciano

Vou responder aqui porque muita gente pode ter a mesma dúvida, e não é nenhum motivo pra vergonha. Sabe a expressão em inglês “what the f*ck?”, muitas vezes abreviada para “WTF?”? Ela denota incredibilidade, espanto, algo como “Não acredito!” (taí mais uma dúvida minha: qual seria o equivalente pra isso em português?). Parece que no dia a dia, ainda mais na internet, temos bons motivos pra usar “WTF?”. Alguém escreve algo totalmente maluco, e a gente se pergunta, “WTF?”. Pois bem, no filme Rebobine Por Favor, o personagem do Mos Def, ao invés de dizer “what the f*ck?”, diz “what the duck?”. Não significa absolutamente nada, nem faz sentido gramaticamente. Só significa alguma coisa pra quem conhece a expressão original, com um palavrão. Mas eu achei super fofinha e decidi adotar. Acho que fica mais irônico ainda. E eu também não gosto de falar palavrão, então o “what the duck?” parece ser uma versão mais censura-livre pro meu espanto. O problema é que poucas pessoas viram aquele filme, e, entre as que viram, quantas vão se lembrar das falas do Mos Def? Coisa de nerd mesmo (agora, ao procurar uma imagem pro post, descobri que existe uma tira em quadrinhos com esse nome).

Lola, vc já leu os livros da Alice do Lewis Caroll? É que estava lendo o segundo novamente e me lembrei do Maridão por causa da relação com o xadrez.” Marilia.

Li esses livros faz muito tempo, quando era criança. Ou leram pra mim, nem lembro. O personagem que mais me marca é mesmo o gato, sempre. Não me recordo de muito relacionado a xadrez. Será que no filme do Tim Burton a Alice vai jogar xadrez?

Vc gosta de O Ultimo Tango em Paris? Pq eu amo de paixao, mas conheco muita gente que o acha um porre.” Giovani.

Gosto. Não amo não, mas gosto. Faz tempo que não vejo o filme, e acho que ele é muito machista, se bem que nunca chato. Mas o Marlon Brando é um dos maiores atores de todos os tempos e o Bertolucci tem um currículo com vários grandes filmes. Então, what's not to like? Sem piadinhas de “passe-me a manteiga”, por favor.




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