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Planalto das lamentações - DENISE ROTHENBURG
CORREIO BRAZILIENSE - 15/09
A semana promete. Além do último capítulo dessa etapa do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal, há vetos em pauta, para desespero do governo. E, sabe como é, os partidos aliados não perdem a chance de fazer aquela fezinha junto à presidente Dilma Rousseff nesses momentos de suspense. O PMDB vai ver se consegue marcar para esses dias a reunião com Dilma para tratar dos palanques estaduais, a maior preocupação do partido hoje. De quebra, ao lado do PT, fará coro pela saída de Fernando Bezerra Coelho do Ministério da Integração Nacional.
Dilma acenou com a possibilidade de reforma ministerial em dezembro, ou seja, daqui a dois meses e meio, mas petistas e uma parcela dos peemedebistas não suportam mais o incômodo de ter no governo um ministro com outro candidato a presidente, que não seja a chapa Dilma-Michel Temer. Chegam ao ponto de dizer nos bastidores que Fernando Bezerra Coelho trabalha para Eduardo Campos e que a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) é hoje celeiro do PSB, assim como o próprio ministério. No Nordeste, por exemplo, baianos reclamam que o governo do estado, onde o PT comanda, está praticamente alijado dos convênios, feitos diretamente com as prefeituras.
Um dos propulsores das reclamações nesse momento é o prazo de filiação partidária para candidatos às eleições do ano que vem, que termina em menos de 20 dias. Houve lá atrás algumas especulações de que Fernando Bezerra Coelho iria para o PT. Assim, no momento em que petistas e
peemedebistas fazem chegar à presidente esse desconforto, tentam, literalmente nas entrelinhas, ver se o ministro toma alguma atitude no sentido de ficar com Dilma. Ocorre que Fernando Bezerra Coelho é ligado a Eduardo e não pretende ?mudar de lado?. Ou seja, está no governo enquanto a presidente e seu partido assim desejarem.
Por falar em desejos...
Da mesma forma que a vontade de dar um tchau bem dado a Fernando Bezerra une PT e PMDB, os palanques estaduais afastam. São 13 estados em que os dois partidos apresentam, digamos, dificuldades de relacionamento. No caso do Rio Grande do Sul, é incompatibilidade mesmo. No Paraná, o senador Roberto Requião, do PMDB, deve concorrer novamente ao comando do estado contra o governador Beto Richa, do PSDB, e a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, do PT. No Mato Grosso do Sul, o senador Delcídio Amaral, do PT, é pré-candidato a governador e o PMDB terá um nome, seja Nelsinho Trad seja Simone Tebet, que hoje ocupam espaço político de seus pais, respectivamente, Nelson Trad, que foi deputado federal, e Ramez Tebet, que foi senador.
No Rio de Janeiro, apesar de todos os pedidos do PMDB, a situação não mudou uma vírgula desde o início de julho. Naquele período, a cúpula dos dois partidos se reuniu para conversar sobre os palanques. O PMDB elencou suas prioridades, o PT disse que ia ver, mas, até agora, nada. Os peemedebistas percebem que o tempo está passando, os pré-candidatos a governador correndo léguas mundo afora.
Em política, há um ditado que diz que ?quando fato (ou candidatura) cria perna, ninguém segura?. Na avaliação do PMDB, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) está em pré-campanha aberta numa posição cada vez mais difícil de reverter. Daí, a vontade dos peemedebistas de conversar logo com a presidente Dilma e acertar os ponteiros.
Os partidos e alguns pré-candidatos cobram essa conversa com a presidente a fim de sentir o terreno antes de terminado o prazo de filiação partidária. Se alguém perceber que não tem grandes perspectivas de futuro ao lado do PT, muitos vão buscar outras praças para realizar os desejos eleitorais. Afinal, chegou a hora da verdade, seja para o processo do mensalão, seja para quem deseja concorrer às eleições do ano que vem. E, pode ter certeza, leitor, toda e qualquer reclamação vai desaguar mesmo é no Palácio do Planalto, um edifício em que, como dizem os políticos, todos entram com problemas e esperam soluções. Faz parte.
A base governista está indócil em relação aos palanques estaduais. Esta semana, os partidos tentarão levar o assunto à presidente Dilma para que ela interceda junto ao PT e ainda despache logo do governo quem não apoia a reeleição
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