PROFESSORES DÃO MAU EXEMPLO
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PROFESSORES DÃO MAU EXEMPLO


Mas pelo menos algumas alunas contra-atacam

Dois casos da semana passada de professores universitários agindo mal, muito mal.
Na quarta, um professor de Direito da PUC-RS declarou, em tom de piada, durante sua aula de Direito Empresarial III: "As leis são como mulheres, foram feitas para serem violadas". Um aluno relatou o ocorrido em sua página no Facebook, contextualizando que o professor avisou que iria "contar uma piada que talvez ofendesse algumas pessoas". Não houve reação na hora, só depois.  
No mesmo dia, um grupo de alunas se reuniu com a vice-diretora do curso de Direito. Elas relataram outras "piadas" do mesmo professor: "Moeda na mão, calcinha no chão", e "Essa é a prostituta das provas: não merece respeito". 
O Diretório Central dos Estudantes propôs à diretora que seja construído "um espaço de debate entre alunos e professores em torno da temática que aborde os percursos do reconhecimento dos direitos das mulheres", e que sejam dadas recomendações para que professores não banalizem a violência contra as mulheres. 
Na quinta a Samantha, que é advogada e me ajuda a moderar o blog quando estou viajando, contou que teve aula com esse professor em 2009, e que ele já fazia aquela piada desde então (que, aliás, não é original. Nem engraçada).
Pra galera do "é só uma piada", devo lembrar mais uma vez que uma piada é um discurso como outro qualquer. Não está acima do bem e do mal, ou das críticas. O documentário O Riso dos Outros, do qual tive a honra de participar, problematiza bem a questão.
E só lembrando também que, em 2011, um professor substituto (também de Direito) na UnB defendeu a "piada" de Rafinha Bastos em sala de aula. Sabe, aquela do "estuprador de mulher feia não merece cadeia, merece um abraço". O resultado dessa defesa foi a organização de uma mesa sobre o simbolismo do humor na Semana de Direito e Gênero.
Mas, voltando a 2015, muita gente saiu em defesa do professor da PUC. Na sexta, estudantes (a maior parte mulheres, a julgar por este vídeo) fez um ato em apoio do mestre. E depois tem corrente feminista que não crê em mulher machista... Olha, eu posso até entender que haja aluna que goste das aulas do professor e não queira que ele seja punido, mas fazer ato pra isso, ainda mais chamando de "exagerada" a reação do DCE, é algo que foge a minha compreensão.
Também foge a minha compreensão em qual contexto a piada do "Leis são como mulheres: foram feitas para serem violadas" não seria uma apologia ao estupro. 
Na mesma quarta, um professor britânico usou, em sua aula para a pós-graduação no Instituto de Biociências da USP, um artigo racista que "provava" que negros africanos são inferiores a europeus e asiáticos por não irem tão bem em testes de QI. Essas teses, sempre baseadas em preceitos eugenistas super racistas, só deveriam poder ser usadas em sala de aula do século XXI se fossem rebatidas, o que não parece ter sido a intenção do professor. 
Na turma de vinte alunos, apenas um não era branco, o que ainda é comum em quase todas as universidades do Brasil, principalmente na USP, uma das poucas a não adotar cotas raciais. Felizmente, o coletivo Ocupação Preta invadiu a sala. O professor continuou dando a aula, em inglês, intercalando-a com alguns "Shut up!" pros manifestantes (esta prepotência me lembrou à do professor da UFES que, em novembro, afirmou que não iria querer ser atendido por médico ou advogado negro; na ocasião, os estudantes da universidade protestaram exemplarmente). 
Pergunta o coletivo: "Por que, em 2015, ainda é necessário dispensar esforços para combater tal artigo que expressa tão obviamente o racismo, quando poderíamos, nas mais variadas áreas, estar refletindo sobre assuntos produtivos à comunidade paulista que sustenta a USP?"
Parabéns ao coletivo, que foi à aula para "enegrecer a discussão com nossos posicionamentos de negras e negros que somos, estudantes das mais diversas áreas da universidade que sentem o racismo todos os dias, resistindo e combatendo com muita força". 
O coletivo tem feito outras intervenções na USP, deixando a galera coxinha do "Queremos ter aula e não discutir essas amenidades sobre preconceitos" muito chateada. Enquanto isso, blogs reaças reclamam da "doutrinação" de professores comunistas e, óbvio, de grupos que "não permitem" que os alunos, tão puros, tão livres de ideologias, tenham aula. 
Aula com piada sobre estupro de mulheres e aula com artigo racista? Não, isso não é ideologia, pros reaças. Ideologia -- que é palavrão pra eles -- só quem faz é quem protesta contra isso.




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