Geral
Quem vale mais?
Ontem aconteceu uma coisa muito chata e, apesar do post passado ser suficientemente triste, eu preciso escrever sobre o que aconteceu na esperança de poder esquecer.
Ontem, vadiando no Twitter, cliquei num link deixado por uma conhecida. Era matéria de um jornal de Joao Pessoa anunciando o assassinato de um faixa preta em Jiu Jitsu. Parece que o cara tentou deter um ladrao que tentava assaltar uma conhecida dele e acabou levando três tiros no peito. Fechei o site, continuei no TT e cheguei, sei la como, no perfil de um conhecido que eu nao via ha muito tempo. Comecei a ler suas mensagens por pura curiosidade. Nelas havia palavras de condolência pela morte de um amigo. Quando li o nome do amigo morto nao acreditei, porque ele foi o primeiro cara que eu fiquei e, olha, é chocante quando você sabe da morte de alguém que você conhece, ainda que seja uma pessoa distante. E, sim, a materia do jornal sobre o cara assassinado era sobre ele.
Eu passei a tarde inteira chocada, pensando na morte babaca que o coitado teve (tentou parar um ladrao que ja tinha desistido de assaltar uma vizinha). Me peguei dando muita importância ao fato. Imaginei o quanto ele deveria ter sofrido enquanto estava caido na calçada, sangrando com dois tiros no peito. E quem poderia imaginar, no momento em que estavamos juntos, ha dez anos, que ele iria morrer tao cedo? Finalmente, quando Camilo chegou em casa, contei a historia meio triste e, finalmente, desatei no choro. Sabe quando você é criança, machuca o dedo, segura o choro e soh solta quando chega perto da mae? Foi isso que aconteceu. Chorei, nao tanto pela perda, que nao foi a minha, apesar de eu sentir muito, mas por sentir um desamparo, por me dar conta do quanto somos frageis - e todas essas reflexoes automaticas que soh a morte traz.
Ninguém sai de casa esperando que vai morrer. A gente fica um pouco receoso por pegar um aviao, redobra o cuidado quando precisa fazer uma longa viagem de carro, mas ninguém se precave quando sai pra comprar pao, quando dobra a esquina de casa.
Aih chega nego e me diz: "nossa, mas Joao Pessoa agora ta muito violenta, nao é mais a mesma". Ta nao, cara-palida, sempre foi violenta, o problema é que essa violência nao chegava à bolha na qual a gente vive. Mas ela sempre teve aih.
Ha uns meses, um amigo me contou que um grupo de amigos dele foi assaltado. Roubaram somente o celular de um deles. A policia chegou, levou o assaltado à favela e pegaram os ladroes e o celular. Aih a policia perguntou ao assaltado: "sim, mas e aih? Quer que eu mate os caras, como vai ser?" (Pois é, pasmem). Se o assaltado tivesse dito "sim", dois homens teriam morrido naquele momento por causa de uma merda de um celular, mas isso nao chocaria ou preocuparia a sociedade tanto quanto a morte de Eduardo - branco, classe média, esportista - chocou e preocupou. Entao, sera que Joao Pessoa se tornou violenta apos a morte de Eduardo ou sempre foi assim, mas a gente nao se importava porque nao era "um dos nossos"?
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