República, democracia e cidadania - ARI RIBOLDI
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República, democracia e cidadania - ARI RIBOLDI


ZERO HORA - 16/11

Neste ano, o Brasil completou 124 de República. Palavra proveniente do latim, constituída de ?res?, coisa, e ?publica?, pública, comum. No sentido original, trata-se dos bens, das coisas que pertencem ao povo, que não são de propriedade particular. Forma de governo em que o Estado se organiza com o fim de atender aos interesses de todos os cidadãos; forma de governo na qual o povo é soberano e o Estado governa por meio de representantes investidos em suas funções em poderes distintos, com o pressuposto de visar ao bem comum.
Do marechal Deodoro da Fonseca a Dilma Rousseff, passaram 42 pessoas pela cadeira da Presidência dos Estados Unidos do Brasil e da República Federativa do Brasil. Prevaleceu o regime de democracia, com períodos de exceção, marcados pela ditadura. Sem entrar no mérito de cada mandato ou ciclo histórico, ainda vivemos numa democracia em processo de aperfeiçoamento. Ao analisar o significado desse termo e os pressupostos de sua vigência, fica evidente que o caminho ainda é longo para o amadurecimento do sistema. Do grego ?demos?, povo, e ?krátos?, poder, força, autoridade. É o governo do povo, com o povo, para o povo. Para dirigentes autoritários, a democracia pode lhes parecer invenção dos demônios. Para eles é complicado dar voz e vez a todos e submeter-se à vontade da maioria. A democracia verdadeira só existe com cidadãos livres, conscientes, participativos e com o pleno domínio e conhecimento da realidade em que estão inseridos. Não se pode mascarar a democracia com a ignorância do povo. O caminho é a educação que liberta e abre horizontes. Caso contrário, caímos no campo farto da demagogia. Também do grego , palavra formada por ?demos?, povo, e ?agogos?, o que conduz, o que guia. Originalmente, o demagogo era o condutor do povo. Mais tarde, surgiram os falsos líderes, chefes de facções, aproveitadores que atraíam multidões com promessas grandiosas e irrealizáveis. A palavra, com isso, adquiriu sentido pejorativo. A demagogia é a artimanha de enganar o povo por meio de conversa sedutora, de discurso empolgado, atraente, mas que, infelizmente, ficará apenas nas palavras, longe da realidade e da prática. Ainda prolifera, mesmo nos dias de hoje, por causa da ignorância e da desinformação do povo.
República e democracia são termos que, na essência, se complementam: coisa pública, bem público; governo do povo, vontade da maioria. Belas palavras, sedutoras, atraentes. Num momento em que se contesta veementemente o regime de representatividade e o sistema de delegação de poder, por meio do voto, cabe uma reflexão: não há outro caminho fora da política, pois ela representa a vida em sociedade e as normas de convivência. A classe política, tão contestada, infelizmente é a representação fiel da sociedade em que vivemos. A República tornar-se-á, de direito e de fato, o governo da coisa pública, no sentido do bem comum, e a democracia terá eficaz vigência, como vontade da maioria do povo, somente quando os brasileiros forem cidadãos que exercem em plenitude a cidadania, com direitos e deveres. Ainda campeia largamente a cultura do paternalismo, em que se troca voto por favores pessoais, em que se governa para grupos e para interesses de minorias, em que grupelhos tomam o poder para si mesmos e lá querem se perpetuar, como se a coisa pública fosse propriedade privada. Como já referi, só a educação poderá conduzir a um processo de amadurecimento democrático, com instituições fortes, livres, soberanas. O cidadão, o eleitor, o povo brasileiro é a chave para a mudança definitiva. A educação não pode continuar como prioridade apenas no discurso, na promessa de campanhas eleitorais. A sociedade brasileira deve fazer a opção: investir o que for necessário no processo educacional, no formação de cidadãos de fato e de direito. Não há República e democracia sem exercício de plena cidadania.




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