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Setor químico perde fôlego na última década
O Grande ABC tem presença expressiva na indústria química nacional, ao concentrar 13,7% de faturamento da atividade no País, aponta estudo realizado pela consultoria Maxiquim e divulgado ontem. No entanto, o levantamento mostra também que o segmento na região tem perdido fôlego, com ritmo mais lento decrescimento de número de empresas na comparação com o restante do Brasil e a perda de produtividade das fabricantes nos últimos dez anos.
O segmento, que inclui áreas como produtores de resinas termoplásticas (fabricadas no Polo Petroquímico e utilizadas para a produção de peças plásticas e embalagens), de cosméticos, itens de higiene pessoal, de limpeza doméstica, produtos farmacêuticos, tintas, artigos de plástico e borracha, somou R$ 49,5 bilhões de vendas anuais no Grande ABC em 2012. Em comparação com o PIB (Produto Interno Bruto) da região, o valor representa 60%. As sete cidades têm 1.330 empresas, que geram, juntas, 50.169 empregos. Grande parte delas, 91,8%, é de micro e pequenas fabricantes. O diretor da consultoria, João Carlos Zuñeda, assinala ainda que o segmento gerou, em 2011, R$ 10,2 bilhões em valor adicionado fiscal, que é a riqueza gerada aos municípios por meio dos impostos. Apesar da importância para a economia, o segmento teve queda de 33% de participação no valor adicionado da indústria da região, entre 2000 e 2011, passando de 30% para 20%. Outro dado negativo foi a baixa taxa média de abertura de empresas do setor nos sete municípios, de 0,3% ao ano, enquanto em todo o País ficou em 1,3%.
Zuñeda assinala que se houvesse redução do número de companhias, mas o valor adicionado crescesse, uma coisa compensaria a outra. Ele acrescenta que outro problema é a perda de produtividade, que não tem relação apenas com a qualidade da mão de obra, mas com a falta de novos investimentos em inovação. ?As empresas daqui não se especializaram em fazer produtos de maior valor agregado.?
Ainda segundo o levantamento, as dificuldades de competitividade do segmento na região têm entre suas causas a falta de espaços para expansão industrial, em cenário dos últimos anos em que os terrenos tiveram forte valorização. Somado a isso, houve migração das empresas para outros municípios, que oferecem benefícios fiscais; entraves gerados pelo fato de a região ficar delimitada por áreas de manancial e forte concorrência com matérias-primas e produtos acabados importados.
O estudo destaca a necessidade de incentivos para a atividade, com o foco em inovação e reposicionamento no mercado. Para Zuñeda, é importante, por exemplo, que as empresas consigam estabelecer parcerias com universidades, para ampliarem a inovação e busquem oportunidades de negócios em segmentos promissores, como a área aeroespacial e de petróleo e gás.
Braskem deve investir na Solvay Indupa
Presente ontem no evento de divulgação da pesquisa da Maxiquim, o vice-presidente da Braskem Marcelo Cerqueira afirmou que a companhia tem interesse em investir na fábrica da Solvay Indupa, em Santo André.
Segundo ele, antes disso, no entanto, a empresa aguarda o desfecho da análise, pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), do acordo para aquisição dessa companhia de resinas PVC (utilizada como matéria-prima por fabricantes de itens da construção civil). ?Esse é segmento (o PVC) que nos interessa?, salientou o executivo. Investimentos como esse são necessários para a indústria se desenvolver na região, aponta o estudo, realizado com o apoio da Braskem, em parceria com a Agência de Desenvolvimento do Grande ABC, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e a Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Química, Petroquímica e do Plástico.
INOVAÇÃO
Outro problema observado pelo levantamento é a perda de produtividade do setor na região, que é formado por micro e pequenas empresas. O secretário executivo da Agência, Giovanni Rocco, cita que o projeto ABC Inovação, que tem o foco em indústrias com esses portes e que é destinado a oferecer consultoria tecnológica aos empresários para melhorias em processos e produtos, entrará em segunda fase, a partir do fim do primeiro semestre. Está orçado em R$ 12,5 milhões e tem como meta atender quatro vezes mais que a primeira fase, chegando a 2.800 fabricantes.
fonte:http://www.dgabc.com.br/Noticia/527509/setor-quimico-perde-folego-na-ultima-decada?referencia=destaque-titulo-editoria
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