Shame
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Shame



Rodrigo Constantino

Finalmente acabo de ver "Shame". Um filme impactante. O artigo de João Pereira Coutinho já resume o mais relevante. Gostaria apenas de acrescentar meus dois cents, com um toque de Mario Vargas Llosa, pela caneta de Dom Rigoberto, sobre a banalização do sexo, sobre o coletivismo pornográfico, nesses anos em que TV e Internet mostram a torto e a direito as mais variadas imagens sobre o assunto, após a caixa de Pandora aberta nos anos 60 (não por acaso a época em que o personagem do filme, um pobre coitado viciado em sexo, gostaria de viver). Será que quebrar todos os tabus quando o assunto é sexo é algo desejável? Com a palavra, Dom Rigoberto:

"Meu ódio à Playboy, à Penthouse e congêneres não é gratuito. Esse espécime de revista é um símbolo do acanalhamento do sexo, do desaparecimento dos belos tabus que costumavam rodeá-lo e graças aos quais o espírito humano podia rebelar-se, exercendo a liberdade individual, afirmando a personalidade singular de cada um, e o indivíduo soberano criar-se pouco a pouco na elaboração, secreta e discreta, de rituais, condutas, imagens, cultos, fantasias e cerimônias que, enobrecendo eticamente e conferindo categoria estética ao ato do amor, desanimalizaram-no progressivamente até transformá-lo em ato criativo.

[...] A pornografia despoja o erotismo do conteúdo artístico, privilegia o orgânico sobre o espiritual e o mental, como se o desejo e o prazer tivessem por protagonistas falos e vulvas e esses adminículos não fossem meros servos dos fantasmas que governam nossas almas, e segrega o amor físico do resto das experiências humanas."

O filme é tão bom, que mesmo nas cenas mais pornográficas, em meio às orgias todas, não há a menor condição de o espectador ficar excitado, pois a angústia do personagem principal é estampada em nossas caras, contagiando-nos. O vício no sexo é tão destrutivo quanto qualquer outro vício. É pura pulsão de morte. O vazio existencial de quem vive apenas para isso é mortal. A incapacidade de sentir e se envolver com outro, mesmo em seus desencontros e imperfeições, é um fardo insuportável. Não é preciso ser conservador carola ou moralista para reconhecer isso tudo e lamentar os rumos que a coisa toda tomou ao banalizarem o sexo dessa forma.




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